terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Por que o Natal?



Miguel Levy
Ano após ano vemos o natal de forma cada vez mais diferente. Longe, bem longe de todo o romantismo que envolvia as comemorações natalinas, com ceia em família, troca de presentes, um tempo para meditar no nascimento de Jesus (mesmo que fosse anualmente, ainda havia este tempo). O natal passou a ser um tempo de pressão estresse e extrema competitividade. De um lado o comércio querendo bater recordes e superar as marcas do ano anterior e do outro, nós, tentando comprar pelo menos o mesmo do ano anterior com recursos mais escassos. Para muitos, o natal tornou-se um tempo de desgaste. Após intensas peregrinações e verdadeiras batalhas para conseguir uma peça de roupa razoável em meio as que estão com etiquetas promocionais, no dia de Natal, ao invés de festejar muitos só estão pensando em descansar da maratona e nas imensas contas e compromissos gerados para o próximo ano.

Para mudar um pouco, tirar cinco minutos para pensar no porquê do natal pode valer a pena. Por que o natal? Mas vamos pensar no significado que esta data representa para os cristãos. Vamos pensar no natal como a comemoração do nascimento de Jesus. Não vamos pensar se foi em dezembro, setembro ou outro mês. Para evitar discussões vamos pensar na data que foi escolhida para este fim.

Inicialmente temos que admitir que todas as coisas estão no controle do nosso Deus. O criador de todas as coisas que não deixou que nas escapasse ao seu controle, onde tudo coopera para a realização do seu propósito.

Na Bíblia, no livro de Apocalipse, capítulo treze, no verso oito diz que o Cordeiro FOI morto desde a criação do mundo. Pensando nisto, entendemos que uma vez que a morte do cordeiro já estava determinada era muito lógico que o seu nascimento acontecesse antes de sua morte.

O profeta Isaías revelou a vontade de Deus sobre o nascimento de Jesus quando disse: “Porque um menino nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is 9:6). A Palavra de Deus certamente se cumpriria. O natal, que remete-se ao nascimento, ao natalício de Jesus já era um fato antes da fundação do mundo, pois era parte do plano e vontade soberana de Deus.

O nascimento de Jesus daria a nós todos a grande oportunidade de conhecer o nosso criador através da maneira mais direta e verdadeira, pelo seu unigênito filho. Contudo, o processo de nascimento não seria fácil, mas foi resolvido. Em Filipenses capítulo dois, vemos o Deus se movimentando em direção ao homem de uma forma assombrosamente simples, nos dando a grande lição que precisamos aprender para alcançar os propósitos do Pai. Sendo Deus, não se prevaleceu desta condição para pular etapas do processo. Negou a sí mesmo, se esvaziou, assumiu a forma de homem e se humilhou até a sua morte, e como se não bastasse ter descido tanto, da posição de Deus para a posição de homem, teve a pior e mais humilhante morte do seu tempo e ainda desceu mais até chegar ao inferno onde a igreja estava aprisionada para enfim, resgatá-la.

Parece até uma supervalorização do tema. Natal é o nascimento de Jesus, apenas isto. Mas desconsiderar o plano principal do qual o natal é apenas um detalhe pode nos desviar do grande propósito de Deus, se revelar em Cristo.

O natal, representa para nós cristãos, o nascimento daquele que veio por fim a uma era onde o homem sempre estava no atraso convivendo com a consciência de culpa por não poder cumprir a Lei imposta pelo próprio Deus para nos ensinar que nunca poderíamos ser merecedores de Deus pelas nossa obras. É o amor revelado em sua graça divina que através da fé nos tornariam filhos assim como Jesus.

A Lei era clara em suas consequências para os devedores que não tinham condições de pagar a seus credores. Quem não pagava suas dívidas dava direito ao seu credor em levar seus parentes como escravos até que a dívida fosse paga completamente.

O homem, após ter pecado, deu ao diabo este direito e como não tinha condição de pagar o preço pela remissão plena dos seus pecados tornou-se escravo do diabo. Uma situação que para todos era dada como definitiva, pois a própria Lei garantia isto e como Deus não quebra suas leis, nada mais natural do que concluir que o homem seria um eterno devedor pelos seus pecados, que na melhor das hipóteses eram aliviados por um ano quando os sacerdotes ofereciam sacrifício de animais como expiação dos pecados do povo. Mas estes sacrifícios eram imperfeitos, pois não havia sangue puro o suficiente para torna-lo definitivo.

Mas na própria lei, ainda havia uma possibilidade de libertação do home de seu cativeiro. No ano do Jubileu, um parente poderia resgatar escravo ou devedor, oferecendo pagamento pela sua dívida (Lv 25:25) e assim resgatá-lo. O problema para nós era quem seria este parente? Quem seria este homem sem pecado, que tivesse um sangue puro para pagar pelos pecados de toda a humanidade uma vez que todos os homens já nasciam no pecado e assim só aumentavam a família de escravos. Precisaria de um parente, um homem, um membro da humanidade, um irmão perfeito que fosse humano mas sem ter nascido no pecado do próprio homem. Combinação difícil.

O nascimento de Jesus não foi um fato comum. A sua concepção como homem foi obra de Deus que tomou todos os cuidados para que o seu propósito fosse cumprido. Em Lucas capítulo primeiro, um anjo chamado Gabriel anunciou a Maria, uma jovem noiva de José, que em seu ventre seria gerado um filho e que este filho não seria gerado a partir da SEMENte de José, mas sim pelo Espírito Santo de Deus, e que ela daria luz a este menino, humano, que seria chamado Filho do Altíssimo, seria nome seria Jesus.

O fato de Jesus ter sido gerado em Maria pelo Espírito Santo o eximiu de qualquer contaminação com o pecado já empregnado na natureza do homem desde Adão. Ele foi gerado de uma semente sem pecado, se desenvolveu no ventre de uma mulher e nasceu como um ser humano. Um ser humano sem pecado. Pronto. Agora temos um parente, um homem, um irmão que pode fazer valer a Lei e nos resgatar legalmente da escravidão do pecado.

Jesus nasceu porque precisava morrer, pois só pela sua morte através do seu sangue derramado poderia pagar o preço pela nossa redenção.  Morreu porque precisava ressuscitar, e com ele nos levantar juntos (Cl 3), para que agora, como sua igreja, possamos estar sentados ao seu lado, triunfantes nas regiões celestes.

Feliz Natal.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Retas Paralelas (Predestinação e Livre Arbítrio)




Miguel Levy
 
Por mais que nos esforcemos para fugir de certos assuntos, eles sempre estão nos rodeando e de alguma forma sempre somos levados a discutir sobre algumas correntes teológicas. E para ser bem franco, nunca tive a pretensão de elucida-las. Até porque não quero afrontar a dedicação de tantos homens que investiram anos e vidas estudando, escrevendo e discutindo teses em concílios intermináveis e mesmo assim não conseguiram ser conclusivos.  O que posso fazer é expressar o que creio, mas farei o possível para não ser tendencioso em meus relatos para não influenciar os menos informados com minhas preferências. Creio que todos nós devemos ter nossas próprias convicções sobre tudo que envolve nossa vida, principalmente quando me refiro a nossa vida cristã.

O ponto em questão é: Livre arbítrio ou predestinação, quem está certo? Calvino ou Armínio?

Eu entendo que se fosse tão simples Lutero já teria respondido. Contudo, temos a oportunidade de poder ver esse imenso campo de ideias, de uma forma mais ampla,  protegidos pelo anonimato e libertos da necessidade de ter que estar certo podemos pensar de forma mais relaxada e tranquila.

Tanto Calvino quanto Armínio, dois homens de Deus, buscaram base  para as suas afirmações na Bíblia, na Palavra de Deus. Se bem que neste ponto temos que tomar cuidado pois todo bom herege sempre procura base para sua heresia na Bíblia. Só herege meia-boca e preguiçoso tem coragem de apresentar uma heresia sem base bíblica. Mas voltando aos nossos irmãos, não creio em heresia nos dois casos. Nenhum trabalhou com textos isolados e os complementou com ideias próprias gerando algum tipo de sincretismo. Duas linhas que sustentam-se paralelas , caminhando juntas para um mesmo destino.

Dispensando a Geometria Euclidiana, o preciosismo da matemática pura e considerando que o infinito é um lugar que localiza-se na eternidade, além do alcance de nossa visão natural. Podemos provar que duas retas se encontram no infinito. É dessa maneira que analiso as duas correntes defendidas por Calvino e Armínio. Duas verdades paralelas que em nossa realidade não podemos ver como podem se interceptar, mas creio que um dia, na eternidade poderemos constatar esta realidade. Creio que veremos um Calvino salvo pela graça por ter sido um eleito e escolhido para isto, que convicto da soberania da vontade de Deus se ocupava apenas em cumprir seu desígnio sem ver ameaça a sua salvação; e ainda um Armínio que escolheu e aceitou a mensagem de salvação pela graça de Deus e que por perseverar em sua fé até o fim alcançou o prêmio da salvação.

Para ajudar sua compreensão e sem ter a menor intenção de colocar um ponto nesta sempre edificante discussão, listarei alguns dos textos bíblicos usados por Calvinistas e Arminianos em seus eventuais encontros para tomar um café. Para os comentários sobre cada versículo, aconselho que  encontremos uma dessas abençoadas reuniões, onde cada lado nos oferecerá o que tem de melhor. Me reservo apenas a apresentar alguns textos.

 

Os Calvinistas citam:

 

ROMANOS 8.28-38: 28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

 

JOÃO 13.18: 18 Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se cumpra a Escritura “Aquele que come do meu pão levantou contra mim seu calcanhar”.

 

ATOS 13.48: 48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.

 

EFÉSIOS 1.4,5: 4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

 

II TIMÓTEO 1.9: 9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.

 

II TESSALONICENSES 2.13,14: 13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, 14 para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

JOÃO 6.39: 39 E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.

 

MARCOS 13.27: 27 E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.

 

ROMANOS 11.5-9: 5 Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. 6 E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça. 7 Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos, 8 como está escrito: Deus lhes deu espírito de entorpecimento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir; até ao dia de hoje. 9 E diz Davi: Torne-se-lhes a mesa em laço e armadilha, em tropeço e punição; 10 escureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e fiquem para sempre encurvadas as suas costas.

 

COLOSSENSES 3.12: 12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.

 

I PEDRO 1.2: 2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.

 

APOCALIPSE 17.14: 14 Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.

 

MATEUS 22.14: 14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

 

MATEUS 24.24: 24 porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.

 

MATEUS 24.31: 31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.

 

MATEUS 25.34: 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.

 

EFÉSIOS 2.1-10: 1 Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. 4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos. 6 e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. 10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

 

·         Baseado no entendimento que todos estão mortos espiritualmente, dessa forma  não tem capacidade de crer nem aceitar nada. Quando Deus vivifica aqueles que ele escolhe, pela regeneração, só então esses vivificados podem crer. O fato de Deus ter escolhido e vivificado muitos, através de uma fé dada por ele, mas não ter feito isto com todos caracteriza a eleição.

 

ROMANOS 9.11-24: 11 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), 12 já for adito ela: ‘o mais velho será servo do mais moço’. 13 Como está escrito: ‘Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.’ 14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! 15 Pois ele diz a Moisés: ‘Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.

16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. 17 Porque a Escritura diz a Faraó: ‘Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra.’

18 Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.

19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu a sua vontade? 20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? 22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24 os quais somos nós, a quem chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?.

 

MARCOS 4.10-12: 10 Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. 11 Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, 12 para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles.

 

·         Os calvinistas mostram com isso que muitos são predestinados a não entender, não crer e não se converter.

 

LUCAS 13.24: 24 Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.

 

Os Arminianos citam:

 

II PEDRO 3.9: 9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

 

·         Segundo o calvinismo, Pedro está escrevendo para pessoas eleitas, pois ele usa a palavra “convosco”. Ele estava escrevendo para salvos. Por isso, os calvinistas não Aceitam esse versículo como base para o livre arbítrio.

 

I TIMÓTEO 2.4,6: 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos; testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.

 

I JOÃO 2.2: 2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

 

JOÃO 3.16: 16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

 

MATEUS 23.37: 37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas, e vós não quisestes!

 

·         Os arminianos acreditam que o querer do homem prevalece em relação ao querer de Deus. Mesmo que Deus queira salvar, se o homem não quiser, ele não será salvo.

 

TITO 2.11,12: 11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, 12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente.

 

I PEDRO 1.10,11: 10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em algum tempo. 11 Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

MATEUS 16.24: 24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.

 

HEBREUS 2.9: 9 vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi corado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem.

 

II CORÍNTIOS 5.14: 14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.

 

JOÃO 6.40: 40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

 

JOÃO 5.40: 40 Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.

 

ATOS 7.51: 51 Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.

 

OBSERVAÇÃO: Para os arminianos uma das maiores provas de que o homem tem livre arbítrio é que ele pode resistir ao Espírito Santo, ou seja, o Espírito quer convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo, mas o homem não o quer. Na linha arminiana o querer do homem prevalece sobre o querer do Espírito.

 

MATEUS 24.13: 13 Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.

 

·         Para os arminianos, a perseverança é uma escolha do homem, isto faz parte do livre arbítrio.

 

JOSUÉ 24.15: 15 Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.

 

APOCALIPSE 22.17: 17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça da água da vida.

 

MATEUS 18.14: 14 Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.

 

LUCAS 21.19: 19 É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.

 

I TIMÓTEO 4.16: 16 Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.

 

II TIMÓTEO 2.12: 12 Se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negarmos, também ele nos negará.

 

·         Os arminianos acreditam que podem perder sua salvação. O livre arbítrio pode leva-lo a não perseverar e por causa disto não podem assegurar sua salvação.

sábado, 17 de novembro de 2012

Relacionamento é o que Vale

 
 
Miguel Levy
 
E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.
E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.”
Atos 9:1-9
 Sempre que paro meditar no texto que narra o início do processo da conversão de Saulo fico imaginando o que passou na cabeça dele a partir daquele dia. Saulo era um homem culto, bem instruído, conhecedor e praticante da lei. Um homem que acreditava que todo o seu empenho o qualificava a um lugar muito próximo de Deus. Defender a sua religião e sua crença a qualquer custo, mesmo que para isto fosse necessário até matar pessoas. Qualquer ameaça à tradição religiosa seria rapidamente combatida, como aconteceu aos primeiros movimentos do cristianismo.
A Bíblia diz que Saulo dedicou-se a perseguir os cristãos e foi o responsável pela morte de Estêvão (At. 7). Em Atos 9, vemos que Saulo saía em mais uma missão de defesa da Lei e, talvez aos seus olhos, de Deus também. E foi nesse clima, respirando ameaças de morte aos seguidores do Caminho que o inesperado aconteceu. Uma luz brilhou e Saulo caiu, provavelmente de um cavalo, mas o fato é que ele foi ao chão e ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. A resposta de Saulo demonstra tudo o que queremos meditar com este texto. Ele respondeu: “Quem és tu, Senhor?”. Sou obrigado a perguntar como alguém que esta agindo em nome de Deus, convicto de que esta obedecendo a vontade de Deus não reconhece a voz de Deus? Os discípulos, amigos e chegados a Deus certamente identificam sua voz (Jo. 10:27). É uma prova evidente de que muitas vezes podemos estar muito equivocados em relação ao nível de relacionamento que achamos que temos com Deus. Quando Jesus respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues;”, eu creio que deve ter acontecido um choque dentro daquele homem que nunca imaginaria estar perseguindo, Jesus. Afinal de contas não foi para Jesus a autorização de perseguição e captura que Saulo obteve antes de sua saída.
O fato importante aqui é que para qualquer um de nós é muito, muito fácil de iludir com o que dogmas religiosos e tradições de leis caducas podem nos apresentar como Deus. Por algum motivo somos mais tendenciosos em acreditar que Deus está muito interessado em nossas milaborantes aventuras em seu nome e que é o resultado do nosso desempenho que irá nos deixar bem próximos de Deus. Ora, nem quando a Lei vigorava isso foi possível, imaginem agora, quando a graça salvadora se revelou ao homem mostrando que nenhum de nós teria um desempenho capaz de promover salvação para sua vida.
No texto que estamos meditando vemos que embora estejamos muito envolvidos no que acreditamos ser a obra de Deus, podemos não ter nem ideia de quem seja Deus, uma vez que não conseguimos nem identificar sua voz quando fala clara e diretamente conosco. É possível viver enganado buscando apresentar obras a Deus, enquanto ele apenas busca relacionamento com cada um de nós.
O que precisamos é ouvir Deus e identificar a sua voz mostrando o relacionamento íntimo e estreito que temos com ele. O que precisamos é para um pouco de pensar em sermos abençoados pois as bênçãos que precisamos Deus já nos deu antes mesmo que pedíssemos. Afinal de contas, ser abençoado não significa conhecemos Deus como ele quer que o conheçamos. O lendário Jó, era tão abençoado que ele não tinha tempo para mais nada além de ser a personificação da bênção de Deus na terra. Até que um dia, por vários motivos, ele teve tempo de conversar com Deus. Deus o chamou para um bate-papo, para trocar ideias. No final ele afirmou que realmente não conhecia Deus. Mas foi a partir do conhecimento de Deus que as bênçãos de Deus passaram a fazer sentido em sua vida.
Uma vida religiosa e cheia de afazeres eclesiásticos pode ser a grande ilusão da nossa vida quando não conhecemos, não temos intimidade ou um relacionamento chegado com o Deus que servimos.
Para nós, mostrar muito serviço pode nos deixar bem conosco e com as pessoas que nos observam para construir um perfil que poderá nos deixar com muito prestígio, assim como acontecia com Saulo. Mas para Deus, na verdade, relacionamento é o que vale.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Levar Deus ao Mundo é a Melhor Opção


Miguel Levy

Um dia desses eu estava em casa com minha filha de cinco anos. ela estava decidida a tomar um banho na piscina e mais decidia ainda a me convencer a participar de sua brincadeira pedindo aulas de natação. Não seria tão difícila sua tarefa em me convencer a entrar naquela poscina se não fosse o fato de já estarmos quase no fim da tarde, ventando bastante e eu não precisava de nenhum termômetro para saber que aquela água estava gelada, até pelo fato de minha filha estar tremendo enquanto heroicamente mergulhava e me chamava com insistência. Por fim, após pereeber oquanto seria importante para ela aquela gelada programação decidí trocar de roupa, travar os dentes e milimetricamente entrar na piscina e participar daquela brincadeira.
 
Trazendo este fato apenas para ilustração, o que deseja na verdade é convidá-lo a meditar sobre um assunto muito importante para nossa caminhada cristã. Refiro-me ao fato de promover salvação através de Cristo, a revelação de Deus na terra. como temos feito ou tentado fazer isso? Já ouvi e ví muitas tentativas de evangelização onde os esforços se concentram em levar as pessoas a Deus e muitas vezes vemos a ineficiência desse processo. Parece que nossas orações para que vidas venham a Deus tem pouco resultado.
 
O fato é que o mundo ainda esta gemendo, esperando que os filhos de Deus se manifestem e revelem esse Deus de salvação e graça. O próprio Deus cumprindo seu propósito de se revelar ao homem ele não levou o homem ao céu, ele se fez carne e veio ao mundo para revelar o seu amor a fim de salvar o homem.
 
Temos agido equivocadamente pedindo a Deus mudanças no mundo e nas pessoas onde na verdade o que precisa mudar de fato somos nós, nossos posicionamentos e nossa atitude como filhos de Deus nessa terra.
 
O que o marido difícil de lidar precisa é ver uma esposa e filhos que revelem Deus a ele. O que os filhos rebeldes precisam é verem Deus na vida dos seus pais. Nossos amigos não precisariam ir a uma igreja para ter um encontro com Deus, isso poderia acontecer durante a semana, nas muitas oportunidades que temos de revelar a graça de Deus nos muitos desafios de nosso cotidiano.

Jesus nos dá o grande exemplo de como devemos alcançar o perdido e necessitado de Deus. Não podemos esperar que quem esteja precisando de ajuda corra o socorro. Assim como Jesus, devemos ir levar o Deus que está em nós para o necessitado. Através do serviço, Jesus alcançou a muitos. Se disponibilizando para ser o canal de expressão e revelação de Deus ao mundo.

a tarefa pode parecer difícil, espinhosa, desconfortável, mas é exatamente por isso que fomos alcançados primeiro pela salvação. Para que uma vez salvos, não nos preocupemos mais com nossa própria vida e possamos desprender toda a nossa energia levando Deus ao mundo. Apenas entendendo o significado de ser salvo pela graça podemos crer no que Deus tem para nós, pois a salvação não apenas nos deu o benefício de nos livrar do inferno e nos alcançar pelo amor de Deus, mas se revelou verdadeiramente salvadora quando nos deu a consciêrncia de que além de ter sido abençoados por Deus podemos também promover bênçãos e vida desse mesmo Deus que além de nos amar nos ensinou a amar também. Além de nos salvar, nos ensinou a salvar também.

Não somos sobreviventes pela graça, somos salvos pela graça. O sobrevivente se contenta apenas pelo fato de não ter morrido e continua respirando, apenas vivo. O salvo tem a consciência de que já poderia estar morto e por isso se motiva a promover o mesmo sentimento a tantos quantos possa alcançar. Deste ponto em diante, tudo é lucro.  Foi o mesmo sentimento que o apóstolo Paulo sentiu ao expressar que para ele havia sido um grnade benefício o morrer para o mundo pois a redescoberta da vida em Cristo valeria por toda uma eternidade.

Nós como filhos de Deus podemos sim ir aos lugares mais difíceis para levar esse Deus de graça aos carentes de vida, e asism como minha filha me fez entrar em uma piscina gelada e eu como pai não deixei que ela estivesse sozinha naquele tempo, Deus, nosso pai, não nos deixará sozinhos quando o convidarmos para ir conosco aos confins da terra. Não podemos continuar tentando levar as pessoa a Deus. Levar Deus ao mundo é amelhor opção.
 
 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nossos Filhos São Profetas



Uma das grandes preocupações de todos os pais ou canditatos a pais é em relação ao futuro, bem estar e sucesso da vida de seus filhos. Diante de tantas dificuldades e maldades que vemos no mundo em que vivemos chegamos muitas vezes a questionar se vale a pena o risco de ter filhos para deixá-los muitas vezes a mercê do que o mundo pode fazer com eles.

Falando de uma forma natural, é muito fácil de entender esse sentimento, pois naturalmente, nossa carne nos leva a racionalizar as coisas baseados no curso natural da carne que é visível, temporal e falível. Mas a Bíblia nos mostra que há uma outra maneira de gerarmos nossos filhos além da forma natural, carnal fundamentada em nossas possibilidades.

Em Hebreus 11:11, vemos o exemplo de um casal que conbeu um filho não baseado em sua capacidade humana e carnal, mas exclusivamente pela sua fé em uma promessa de Deus.

Quando pensamos em nossas possibilidades fatalmente iremos nos limitar aquilo que podemos fazer ou produzir como resultado e isso sem sombra de dúvida irá gerar medo, desconfiança e incredulidade em nosso coração, pois não tem como ter eperança quando tudo o que vemos são nossas limitadas e falíveis possibilidades.

Se pensamos em ter filhos e olhamos para capacidade de cuidar deles, educá-los e encaminhá-los para uma vida próspera logo vem o medo de falharmos e dessa forma comprometer a vida deles. É por isso que muitos de nós vivemos em contínuo processo de ansiedade produzido pela insegurança que temos em nós mesmos ao constatarmos que não podemos cuidar, proteger e nem garantir a vida de nossos filhos salvando-os desse mundo cruel.

Através de Abraão Deus mostrou como podemos ter filhos gerados a partir de uma promessa de Deus. Filhos de fé que independem de nossa capacidade, pois tanto Sara como Abraão não tinham mais capacidade de gerar filhos e muito menos de garantir nada em sua vida pois eram velhos e certamente não acompanhariam o desenvolvimento daquele filho, contudo, Deus fez uma promessa a eles e foi a fé nessa promessa que gerou Isaque.

Sabemos que com isso, Deus estaria mostrando de uma forma bem pedagógica como seria a forma dele, Deus, gerar seus novos filhos. Como surgirião os futuros filhos de Deus que não seriam gerados da capacidade humana mas sim pela fé nas promessas de Deus. Os filhos de Deus são gerados pelo poder de Deus. Quem crê e recebe da parte de Deus esse espírito que testemunha de Deus recebem o poder de serem feitos filhos de Deus e são herdeiros de Deus.

Deus fez uma aliança com Abraão e ele creu por isso gerou Isaque crendo que tudo o que Deus prometera se cumpriria e que as bênçãos de Deus estariam no seu descendente. A garantia de que essa promessa se cumpriria era a fé no Deus da promessa. A garantia de vida de Isaque não estava no velho e cansado Abraão mas em Deus que prometeu a Abraão uma descendência abençoada, próspera e numerosa.

Através do profeta Joel (2:28), Deus anunciou que chegaria o tempo em que o seu espírito seria derramado sobre toda a carne e nesse tempo a promessa feita a Abraão de podermos gerar filhos da fé seria definitivamente cumprida. Quando Jesus morreu e entregou o seu espírito ao Pai, o Pai então derramou esse mesmo espírito de volta sobre toda a carna para a partir daí gerar filhos como mesmo espírito que estava em Jesus, todo aquele que crer poderá ser foito filho de Deus, pela fé.

Então, vemos agora duas formas de gerarmos nossos filhos: através de nossa capacidade, os filhos de nossa carne; e através de nossa fé, os filhos do espírito.

Nosso grande desafio é aceitar o fato de que uma vez derramado o Espírito de Deus sobre nós, podemos gerar filhos do Espírito e não da carne. Aceitar o fato de que os filhos gerados no Espírito não são nossos e sim de Deus.

A profecia de Joel (2:28) é que após o derramamento do Espírito Santo, fato que já aconteceu (Atos 2), os nossos filhos gerados no Espírito seriam profetas. Profetas de Deus. Só dessa maneira podemos ter certeza em nosso coração de que nossos filhos estão garantidos, e essa garantia vem da promessa e Deus. Se continuarmos gerando filhos de nossa carne, continuaremos acumulando dúvidas e inseguranças que serão repassadas para nossos filhos que passarão para nossos netos e veremos a continuidade de uma geração ansiosa, insegura e cada vez mais acuada, prisioneira do secularismo de um mundo sem fé fadado a morte.

Quem espera para ter filhos segundo a sua capacidade adia cada vez mais essa decisão pois em função das dificuldades de nossos dias esta cada vez mais difícil nos sentirmos capazes de garantir a vida de um filho. E quando mesmo depois de tantos cuidados acabamos gerando esses filhos, nos condenamos a uma vida de preocupações e ansiedade pela vida deles, pois não os geramos pela nossa fé e sim pela nossa incredulidade. A fé é a firme convicção que traz paz ao nosso coração independente do nossos olhos vêem. Por isso hoje só descansamos quando nossos olhos estão vendo nossos filhos pois acreditamos que são nossos e não de Deus e por isso cabe a nós protegê-los.

Os filhos de nossa carne nascem de acordo com o nosso tempo, nossa vontade e nossas condições e por isso serão um desafio ao que cremos pois foram gerados a partir da parte visível de nossa vida, a parte pior que é temporal e falível.

Os filhos gerados através da promessa pelo poder do Espírito Santo quando não tinhamos capacidade ou condições de gerá-los pela nossa vontade nos deixam seguros quanto ao futuro pois Deus cuidará para que, como seus profetas, sejam a sua melhor expressão nessa terra.

Ensinar nossos filhos que eles são de Deus é o primeiro passo para que eles creiam que o seu futuro esta nas mãos de Deus e que independente do que o mundopode fazer com eles não podemos duvidar da natureza de que eles foram gerados, a partir de uma nova e superior aliança, selados com uma promessa eterna que tem por guardião o Próprio Espírito de Deus.

Em Hebreus oito, Deus afirma que nessa nova e superior aliança é dele, Deus, a responsabilidade de escrever nos corações de seus filhos as suas leis e mandamentos. É essa a garantia de que esses filhos, gerados no espírito pela fé, são profetas, que sempre terão em seu coração uma palavra de Deus para o seu tempo.

Se nossos filhos foram gerados no espírito de Deus, então descansemos confiantes que eles estão garantidos pela promessa de Deus e não pela nossa capacidade. Graças a Deus.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Deus não conserta, Ele faz Novo


Miguel Levy

Não dá para questionar o fato de que a vida cristã é um desafio dos maiores. Viver o que a Bíblia nos orienta parece ser uma constante busca em superar resultados e testar limites. Por isso o apóstolo Paulo fez uma comparação da nossa vida com a de um atleta que corre rumo a um alvo estabelecido a nossa frente, e sabemos que a vida de  um atleta consiste em superar os limites conhecidos e buscar a cada dia estabelecer novos limites a serem superados. Nossa vida cristã é bem semelhante, pois uma vez aprovados em um desafio nos sentimos motivados e fortalecidos para seguir em frente, avançando no caminho que nos foi desenhado.
Meditando um pouco nessa luta diária no sentido de buscar agradar a Deus, obedecer seus mandamentos e manter a vida de fé para agradá-lo me deparo sempre com um fato quase crônico. Nossa insistência em tentar manter vivo o que deve morrer, em tentar recuperar e consertar o que deve ser substituído. Este fato tem retardado a nossa caminhada, desacelerado o processo de amadurecimento e fatalmente, tem nos feito sofrer bem mais do que precisariamos em nossa vida.
Mesmo antes da manifestação da graça salvadora de Deus através do sacrifício redentivo de seu filho Jesus, já vemos alguns exemplos de homens com certo entendimento e orientação do Espírito Santo se expressarem no sentido de uma solução definitiva e com certeza mais fácil que favoreça a comunhão com Deus através de uma vida que possa agradá-lo.
Em uma oração de arrependimento de um homem descrito como seguno o coração de Deus, Daví pediu: "cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável" (Sal 51:10). A palavra de Deus através do profeta Ezequiel explicando como faria a restauração de Israel foi: "e lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles, e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juizos, e os executem;" (Eze 11:19).
Para mim fica muito claro que para viver o que Deus planejou para nossa vida é necessário que nossa natureza seja transformada, recriada, feita de novo e nova. Sem essa nova estrutura de vida, sem esse novo homem não podemos andar nos estatutos de Deus, guardar os seus juizos nem executar a sua vontade (Eze 11:20).
Parece que o grande problema em nós é que por algum motivo, insistimos em crer que Deus deve transformar o velho homem, consertar nossas mazelas, fazer uma reforma no que já temos; tentar aproveitar uma estrutura já comprometida e em decomposição para com essa estrutura impor esforços que nem na melhor de suas condições poderia suportar. É a mesma coisa de tentar usar a estrutura de um carro velho para colocar uma carcaça diferente e um motor mais potente. Aparentemente as coisas parecem bem mas é certo que em algum ponto do caminho essa estrutura vai falir e nos deixar em problemas.
A Bíblia afirma sem deixar outra interpretação que a proposta de Deus é criar novo, fazer outro, dar uma nova natureza ao homem. E oque fazer com tudo o que já temos? O que fazer com o velho homem? A resposta é mais clara e direta ainda: ABANDONAR. Deixar de lado, esquecer, deixar a míngua.
Alguns apegos a nossa velha natureza nos faz tomar algumas atitudes de "misericórdia" com esse velho homem e vez por outra (para não dizer sempre) nos deparamos tentando dar um jeito de mantê-lo vivo e em muitos casos tentar inserí-lo no plano de Deus através de uma reforma ou conserto. Insistimos em dar uma sobre vida a velhos hábitos, costumes e sentimentos e com isso mantemos vivo, muitas vezes em estado terminal, o que deveria já estar morto e esquecido.
Somos impedidos de viver com liberdade a nova e abundante vida que Deus nos deu pelo apego e ocupação com o velho homem que insitimos em não abandonar, e por isso continuamos pensando como antes, agindo como antes e desagradando a Deus como antes. A vida de fé que deveriamos seguir alimentados pela promessa eterna de Deus para nós é contaminada pelo raciocínio carnal que nos lembra de todas as possibilidades e riscos de uma vida gerada e regida pela carne mortal.
Para que vivamos a liberdade da vida de Deus para nós precisamos ABANDONAR o que é velho, e me refiro deixar de lado mesmo, esquecer o velho homem, deixá-lo morrer de fome sem qualquer assistência.
Ainda no livro de Ezequiel encontramos no capítulo dezoito, verso trinta a seguinte orientação: "lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e espírito novo." Pode parecer que isso é coisa do passado, da velha aliança mas quando vamos para a primeira epístola de Pedro capítulo dois, verso um vemos uma transcrição desse texto: "despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuino leite espiritual, para que, por ele vos seja dado crescimento para salvação". Somos orientados a deixar, abandonar tudo o que não é gerado a partir da nossa nova natureza. O velho homem tem que ser abandonado definitivamente. Deixado para tras junto com todas as suas mazelas para que, gerados a partir de uma nova natureza, possamos viver tudo o que se fez novo em Cristo (2Cor 5:17).
Portanto, vamos seguir conscientes de que o plano de Deus é perfeito, viável e muito simples de ser plenamente realizado em nossa vida. Que a fé opera de maneira fácil quando é direcionada no sentido de cumprir os planos de Deus em nós, que consistem em fazer realizar as suas promessas para nós, e essas promessas de Deus são para o novo homem nascido em Cristo e nada dizem respeito ao velho homem gerado na carne e por isso falível e mortal.
Tentar espiritualizar o natural sempre será uma tarefa fadada ao fracasso, as coisas naturais são passageiras mas as espirituais são eternas. Pela nossa fé, cremos que o que se vê é criado a partir do que não vemos. Somos filhos da promessa de Deus e não mais filhos da carne. Após nascermos em Cristo nem deveriamos mais ser reconhecidos segundo a carne (2Cor 5:16) ou pelos frutos gerados pela carne em nosso tempo de pecado. Tentar viver em Cristo buscando salvar o velho homem ou algo que nele ainda nos interesse será sempre um sofrimento e fatalmente um caminho de frustração e luta.
A renovação de mente (Rom 12) é vital para nós, abandonar a cultura de reciclagem que aprendemos e crer no poder criador de Deus em não consertar nada velho, mas criar tudo, absolutamente tudo novo. Creia nisso e viva verdadeiramente uma vida nova em Cristo.