segunda-feira, 24 de novembro de 2008

VOCÊ É AQUILO QUE VOCÊ COME




Já vi muitos profissionais como médicos e nutricionistas afirmando que somos exatamente aquilo que comemos. Nossa vida apenas reflete aquilo com o que nos alimentamos desde nosso nascimento. Se somos mais ou menos resistentes a doenças, se nossa pele é mais ou menos hidratada, se nossos ossos são mais ou menos resistentes, enfim. Tudo vai depender do que nos alimentamos de fato. Isso me veio a mente quando meditava sobre o que Jesus falou, narrado por João no capítulo seis a partir do verso vinte e dois, quando ao ser pressionado pelos judeus sobre sinais que justificariam para eles que Jesus era realmente enviado por Deus, eles citaram o fado de Deus um dia ter enviado pão do céu no tempo de Moisés, o conhecido maná. Eu entendo que não faria sentido Jesus ter vindo ao mundo sem trazer novidades ou algo além do que já havia sido apresentado ao mundo até o momento. De fato isso aconteceu. Jesus tratou de se diferenciar em relação ao que aconteceu com Moisés. Todos os que comeram o maná, o pão descido do céu no tempo de Moisés, morreram. Como Jesus seria diferente? Qual seria a novidade de vida apresentada nesse evangelho? Jesus afirmou aquilo que seria a diferença entre a eternidade e a sepultura. Ele disse: EU SOU O PÃO DA VIDA. O mais importante é que quando ele se referiu a pão, não estava falando apenas de um tipo de alimento específico, mas sim de uma refeição completa e suficiente quando afirmou: “a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida”.


Isso me levou a meditar em muitas coisas que envolvem a nossa vida cristã, mas principalmente sobre qual tem sido a nossa dieta, o que tem alimentado nossa vida verdadeiramente. Será que realmente temos nos alimentado de Cristo, esse pão vivo que desceu do céu? Porque, se temos comido da sua carne e bebido do seu sangue esse alimento será metabolizado em nossa vida e passaremos a viver e expressar nossa vida de acordo com os nutrientes proporcionados por essa alimentação. Aquilo que comemos verdadeiramente entra em nós, pelo nosso sangue e nutre nosso corpo. É dessa forma que podemos entender o que Jesus quer dizer quando diz “se permanecerdes em mim, e eu (as minhas palavras) permanecerem em vós”; ou quando Paulo diz “Cristo em mim...”. Entendemos que isso só é possível se comermos esse pão vivo e bebermos do seu sangue. Isso dá sentido a cerimônia da ceia do Senhor, que mais do que uma litúrgica cerimônia periódica que acontece nas congregações dever ser realizada como memorial, para lembrarmos disto, que Cristo é um pão partido com o objetivo de ser consumido para trazer salvação e vida eterna a todos aqueles que dele comerem. Que ele não teve interesse em deixar a imagem de si mesmo como um pão inteiro, justamente para não alimentar a possibilidade de ser preservado em sua integridade.
Tudo começa a fazer sentido e muitas respostas podem ser respondidas a partir dessa consciência. Receber o pão, guardar o pão, ou até mesmo dar o pão não significa comer o pão, e isso faz toda a diferença. Só podemos dizer que vivemos para Cristo, pelos seus interesses, com o mesmo compromisso que ele tem com o Pai que o enviou, quando vedadeiramente comermos dele (verso 57). Nós nele e ele em nós empregnado em nossas entranhas, fluindo em nosso sangue, fazendo exalar seu perfume em nós, promovendo mudanças em nossa vida e formando uma nova estrutura em nosso ser, sem qualquer possibilidade de separação. A esperança da glória, a resposta certa em todos os pedidos, nele, por ele e para ele.
Devemos lembrar disso todas as vezes que nos reunimos para comer. Enquanto nos alimentamos de comida material, temos uma nutrição temporária e tornaremos a ter fome. Mas quem come de Cristo jamais terá fome e quem bebe dele jamais terá sede. Essa comida garante a vida eterna e isso basta para nós. Cristo é suficiente. O que mais podemos pedir? Cristo nos basta. Precisamos comer dele que é verdadeiramente comida e bebida. Você é aquilo que você come, então coma Cristo e seja Cristo.

Miguel Levy

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

QUEM ESTÁ NO CONTROLE??



É comum a todos nós cristãos afirmarmos que Deus esta no controle de tudo em nossa vida. Que ele é senhor absoluto e é soberano. Costumamos ser bem enfáticos a esse respeito. Mas quando medito sobre isso, sou obrigado a confrontar minhas declarações com minhas atitudes, falo por mim, quando muitas e muitas vezes me pego elaborando planos, projetos, traçando caminhos e desenvolvendo estratégias que demandam bastante tempo, e quando tudo está pronto, simplesmente me encho de “humildade” para “apresentar tudo a Deus”. A grande pergunta que faço, a mim mesmo, é claro, é a seguinte: Para que eu faço isso? Qual a finalidade real de apresentar tudo a Deus? O que esta em meu coração, qual o motivo que me leva a fazer isso, de verdade? Estou buscando aprovação ou simplesmente cumplicidade?



Em Provérbios de Salomão vemos o sábio afirmar que “o homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem de Deus”. Se os planos do homem podem ser falhos e a palavra que sai da boca de Deus nunca falha, então porque nos aventuramos a planejar primeiro? É difícil entender como podemos deixar passar detalhes tão importantes que até mesmo a lógica humana confirma como melhor opção para remirmos o tempo e pouparmos trabalho em nossa vida. Afirmamos que Deus é soberano, mas reservamos a maior parte do tempo que temos em elaborar nossos planos, e no final apresentamos a Deus por que? Para pedir aprovação ou para tentar viabilizar a través de Deus a nossa idéia? Por que nos arriscamos em errar se sabemos que o certo vem de Deus, que nós afirmamos ser soberano? Se ele é soberano então os planos e tudo o mais deveria vir dele.
O apóstolo Paulo afirmou que o inimigo tem procurado dificultar a nossa visão para que não entendamos os propósitos e desígnios de Deus para a nossa vida. É visível como nossa visão é obscurecida pelo egoísmo e ganância ao ponto de ignorarmos o lógico em função de nossa vaidade humana. Deus é poderoso para “abençoar” os meus planos, realizar os meus sonhos. Trocamos o certo de Deus pela nossa própria incerteza.
Deus é soberano sobre tudo, inclusive sobre nossa vida. Em sua soberania cabe a nós buscar nele os propósitos que ele tem para a nossa vida. Quando nos empenhamos nesse sentido, avançamos para a perfeição de sua vontade trilhando os caminhos que ele traçou e descobrindo o que ele tem preparado para cada um de nós. O apóstolo Paulo disse que dessa forma somos guiados pelo Espírito de Deus, andamos segundo os seus propósitos, e dentro desse contexto todas as coisas concorrem para o nosso bem (Romanos 8). O compromisso de Deus continua sendo com a sua Palavra. Meus projetos e propósitos pessoais não tem qualquer cobertura de Deus se não estiverem inseridos nos projetos e planos de Deus. Para ser bem mais claro, é melhor não ter projetos pessoais e se envolver totalmente nos projetos de Deus para nós. Esses são infalíveis.
Falar que Deus é soberano e sair na frente dele planejando tudo é no mínimo desrespeitoso. Dizer que Deus está no controle e sair virando o rumo da vida para onde achamos que devemos ir, é no mínimo irresponsável. O tempo que passamos em oração “apresentando” nossos planos a Deus com um empenho pessoal em conseguir convencê-lo de que é um bom plano para que assim possa viabilizá-lo para nós, poderia ser melhor aproveitado na busca do conhecimento dos planos de Deus para nós e assim, procurar vivê-los dia a dia, crendo que estaremos no caminho certo, e descançando nas promessas daquele que em Cristo, sempre nos conduz em triunfo. Vale a pena deixar Deus no controle de tudo.

Miguel Levy

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CHAMADOS PARA ADORAR

CHAMADOS PARA ADORAR

Tive o grande prazer em estar com um grupo de irmãos muito animados e cheios de vontade de Deus. Aconteceu no congresso de Jovens da Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém, em Natal/RN. O que me agradou bastante foi o tema: CHAMADOS PARA ADORAR. A primeira impressão que temos é que será uma ótima oportunidade para abordar assuntos relacionados a louvor, música e adoração. Mas tivemos um outro direcionamento, entendendo que os propósitos de Deus são muito amplos para nós. Adoração no sentido de parte da liturgia de um culto não transmite a grande expectativa de Deus em procurar verdadeiros adoradores na terra (João 4). Deus deve estar buscando algo mais do que pessoas que se reúnem para juntos promoverem momentos de comunhão através de músicas inspiradas. Isso não é errado, mas cremos que não é apenas essa adoração que Deus busca.
Falamos de uma VIDA DE ADORAÇÃO a Deus. E quando nos referimos a vida, queremos dizer exatamente isso. Uma vida por completo. Adoração não pode se restringir somente a alguns minutos durante o culto. Já passamos, do tempo em que adoração tinha lugar, e tempo para começar e terminar. Jesus disse que JÁ CHEGOU O TEMPO, e não existe mais um lugar específico (João 4). Devemos entender que Deus deseja tudo de nós, por isso resolveu que não habitaria mais em templos feitos por mãos humanas, passaria a habitar em tabernáculos vivos, construídos por pedras vivas. Em nós. Com isso, a presença de Deus, antes tão protocolarmente buscada para adoração, agora é uma realidade em nossa vida diária. Não existe mais o entrar e sair da presença de Deus. Uma vez que o convidamos para ser nosso Senhor e salvador devemos ter a consciência de que Ele esta conosco para sempre. Por isso devemos rever alguns conceitos, realinhá-los com a Palavra de Deus e com ela, renovar a nossa mente (Romanos 12).
Adorar é manifestar a glória de Deus, sua vida, seus atributos em nossa vida de orma visível ao mundo. Glorificar a Deus é deixar que a sua virtude e graça seja vista em expressa em nossa vida a fim de alcançar o mundo, que em nós verá Deus e dará glória a Ele. Por isso Paulo disse que Cristo em nós é esperança de glória.
Para que isso aconteça precisamos conhecer Deus, buscar identidade e comunhão com ele, ter o mesmo sentimento de Cristo e estar totalmente comprometido com o seu propósito. E quando eu falo de compromisso, eu falo vida entregue no altar de Deus em oferta. É fácil encontrar que queira apenas envolvimento com Deus. Na verdade sempre foi assim. Em Atos 5:13 vemos que muitos eram os ADMIRADORES dos apóstolos mas poucos eram os que queriam se comprometer com o evangelho. Todos queriam curas, milagres, bênçãos. Esse tipo de gente não precisa ser procurada. Deus acha com facilidade. Admiradores Deus tem muitos, ADORADORES, ele continua a procurar.
Não entendemos que adoração não se resume a se isolar buscando um estado sobrenatural que nos traga algum bem estar, mas muitas vezes é exatamente o oposto, onde buscamos o convívio e a comunhão difícil com pessoas onde nos sacrificarmos para poder promover salvação e vida a todos os que Deus se propõe a alcançar a través da nossa vida.
A minha maior referência de adoração eu encontro no próprio Jesus, não em um momento isolado mas em toda a sua vida, recheada de frases e citações comuns a um verdadeiro adorador, tais como: “a minha comida e a minha bebida é fazer a vontade do meu Pai”; “que não seja feita a minha, mas a tua vontade” e finalmente, quando bradou “esta tudo consumado” Jesus não estava no templo, cantando com as mãos estendidas, mas estava na cruz, em oferta santa, viva e agradável a Deus, prestando um culto como um verdadeiro adorador, CHAMADO PARA ADORAR.



terça-feira, 8 de abril de 2008

DO QUE DAR TESTEMUNHO



Deus sempre escolheu o melhor para nós, seu povo, seus filhos, sua família. Prometeu que nos daria o melhor dessa terra e nos daria o seu melhor também, e o fez quando enviou seu único filho Jesus em sacrifício vivo por nós. O melhor de Deus. Como entender isso, uma vez que ainda, muitas vezes nos surpreendemos pedindo isso, esperando isso. Será que quando falamos sobre o melhor dessa terra, por exemplo, nós e Deus estamos falando da mesma coisa? O que imaginamos ser o melhor, o que consideramos precioso, o que na verdade para nós é motivo de testemunho da bondade e grandeza de nosso Deus?
Isso me faz lembrar a história de Ezequias, o rei que um belo dia recebeu a visita do profeta de Deus, Isaías, trazendo uma palavra de Deus para ele (2 Reis 20). No calor da emoção quando perguntamos quem deseja ouvir uma palavra de Deus, todos se animam por essa oportunidade, mas naquele dia Ezequias ficou triste pois Deus mandou dizer que ele, Ezequias, iria morrer. Ezequias pediu mais tempo para Deus, e para simplificar a história Deus concedeu mais quinze anos de vida para Ezequias.
Na continuiade dessa história, vemos um fato interessante. O da Babilônia enviou cartas e presentes para Ezequias, mostrando sua felicidade pela sua recuperação. Ezequias se viu diante de uma excelente oportunidade de testemunhar para um ímpio a respeito do seu Deus, o que Ezequias fez? O que ele mostrou como bênção de Deus? A Bíblia diz que Ezequias mostrou sua casa, seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias e todo o seu patrimônio (2 Reis 20:13).
Todas as riquezas que Ezequais mostrou ao mensageiro da Babilônia poderiam ser encontradas em qualquer lugar do mundo, talvez até o rei da Babilônia tivesse tanto ou até mais do que Ezequias havia mostrado. Havia algo mais precioso do que tudo o que foi mostrado que Ezequias havia recebido de Deus e ele não mostrou. O dom da vida. A vida que ele temeu e sofreu pela possibilidade de perde-la, mas que parece, nesse momento não ocupava lugar na lista de riquezas de Ezequias.
Ainda temos que entender que o que o mundo procura e precisa é aquilo que não podemos encontrar no mundo. Depois de ter recebido de Deus vida plena e abundante, o dom da justiça, a abundância da graça, salvação eterna, a oportunidade de representar e manifestar esse Deus na terra, quando temos a oportunidade de testemunhar de Deus as pessoas que nos cercam quase sempre nos vemos fazendo uma demonstração de coisas naturais que temos. Mostramos carros, casas, empregos, como se isso fosse o melhor que Deus poderia nos oferecer. Deixamos de apresentar um Deus eterno, que dá vida eterna, para apresentar um Deus passageiro, apenas supridor de necessidades passageiras.
O apóstolo Paulo disse que devemos atentar para as coisas que não se vêm, que são eternas e não para as que se vêem, que são passageiras (2 Cor 4:18). Ezequias ainda não tinha sido alertado quanto a isso, mas nós já fomos, e por isso devemos agir não como ignorantes e sim como conhecedores do evangelho da graça salvadora. Enquanto anunciamos um Deus que apenas mata a fome do estômago que se manifesta todos os dias, deixamos de apresentar o Deus que da vida eterna. Jesus disse a mulher em João 4 que ele poderia dar a ela uma água que se ela bebesse ela nunca mais teria sede. O que Deus tem para nós é sempre eterno e permanente.
Devemos aproveitar as oportunidades que temos para testemunhar do que Deus tem feito em nossa vida que irá gerar um resultado para a eternidade. A maior bênção que Deus poderia nos dar ele já deu. A vida eterna através do seu melhor, Jesus Cristo. É esse tipo de testemunho que o mundo precisa ouvir de nós. É isso que as pessoas precisam e buscam em sue interior.
Uma vez Jesus foi procurado pó um jovem rico, que tinha tudo o que o mundo poderia lhe oferecer mas não tinha o que só Deus poderia lhe dar, a vida eterna.
Ezequias poderia ter utilizado melhor a oportunidade que Deus lhe deu para viver mais quinze anos. Poderia tem entendido que sua maior e mais preciosa riqueza era o dom da vida, dado por Deus e dessa forma apresentar esse Deus que não se limita a dar coisas passageiras a seus filhos, mas se permite compartilhar a eternidade com aqueles a quem ama.
Todos nós temos muito para testemunhar de Deus, promovendo o seu reino na terra. Apresentando o reino de Deus as pessoas. Um reino que não é comida nem bebida (coisas que se vêem), mas paz, justiça e alegria no espírito (coisas que não se vêem).
A nossa idéia de bênção pode ser diferente do que Deus chama de bênção. A nossa idéia de riqueza pode ser diferente o que Deus chama de riqueza. Podemos entender pelo menos o que Deus considera importante quando observamos onde Ele faz os seus investimentos, onde ele investe o seu melhor. O melhor de Deus foi investido em nossas vidas. Esse é o grande testemunho que temos de Deus para o mundo. Devemos aproveitar as oportunidades que temos de testemunhar de Deus mostrando o que somente ele pode fazer com o homem para a eternidade. Devemos observar o que consideramos nossas riquezas e prioridades, pois muitas vezes colocamos em primeiro lugar em nossas buscas e conquistas o que Deus chama de resto, complemento, ou demais coisas (Mat 6:33).

Miguel Levy

domingo, 16 de março de 2008

A Igreja de Jesus



É comum a cada dia vermos anúncios de novas igrejas sendo abertas em todos os lugares. É o Reino de Deus que precisa ser expandido e estabelecido na Terra. Mas diante de tantas linhas de pensamento e doutrinas, vemos cada denominação defendendo uma bandeira própria, buscando convencer e se convencer de que estão certos em relação a ser a igreja de Jesus na terra.

Em Mateus 16:18-19 encontramos uma forte afirmação de Jesus: “... eu edificarei a MINHA IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”.
Todo o empenho e sacrifício de Jesus foi para estabelecer uma única igreja, o que ele mesmo chamou de a MINHA IGREJA. Esse fato foi consumado após a sua morte, quando foi resgatar essa igreja, até então aprisionada no inferno em função pecados do homem. Até então, a humanidade, que iria compor a igreja de Jesus, era prevalecida, contida, aprisionada pelas portas do inferno. Por isso Jesus afirmou, conhecendo o plano redentivo, que as portas do inferno não teriam poder de segurar mais aqueles que estavam aprisionados pelo pecado, uma vez que todos os pecados seriam perdoados na cruz. Ali nasceria a igreja de Jesus. “Aqueles que viviam em trevas viram grande luz”.
Essa igreja foi estabelecida por Jesus através de alto preço e sobre ela foi dado o poder e autoridade que estava sobre o próprio Jesus. As chaves do Reino de Deus, foram dadas a igreja. Sim, a igreja de Jesus é revestida de poder e autoridade dos céus aqui na terra. Essa igreja foi estabelecida para exercer esse poder e essa autoridade uma vez que a igreja é a representação do corpo de Cristo (Col 1:18).
Diante disso, podemos entender que só existe uma igreja de Jesus e sobre essa igreja as portas do inferno não prevaleceram e os poderes infernais não prevalecerão. Paulo escreveu aos Efésios (4:4-6) que “há somente um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos...” e nessa unidade Jesus espera que todos os que fazem parte dessa igreja possam viver e expressar aquilo que ele é.
Não ignoramos as diferenças culturais em cada um de nós fomos formados muitas vezes por grande parte da nossa vida, e sabemos que é essa cultura que nos aprisiona em fortalezas de sofismas que nos impedem de ter pleno conhecimento de Deus. Diante disso é comum haver entre nós diferenças e buscando o que é certo, cada um tenta defender sua própria idéia até mesmo em relação ao evangelho de Cristo. Essas diferenças que levam a discussões e até divisões não são totalmente prejudiciais, desde que haja maturidade cristã suficiente para que a verdade prevaleça. Isso acontecia na igreja de Corinto e Paulo advertiu sobre isso (1 Cor 11:19). A importância da renovação da mente (Rom 12:1) é de fundamental para o amadurecimento cristão. Temos que nos libertar da cultura do mundo e cada vez mais nos enxertarmos com o evangelho da cruz.
A visão de igreja deve permanecer conforme ela foi concebida pelo criador da idéia. É o tipo da coisa que não acompanha a evolução dos tempos. A melhor idéia ainda é a primeira, a primitiva. Aquela onde tudo era de todos, onde ninguém se considerava acima dos outros (Atos 4). Sempre que alguém pensa em abrir uma “nova igreja”, devemos nos preocupar no sentido de saber se está de acordo com o projeto inicial ou se é realmente uma inovação. Deus é fiel a sua palavra, aos seus planos, aos seus projetos. Nosso papel é o de cooperadores para dar continuidade ao que Jesus iniciou e que será aperfeiçoado por Ele. Muitas vezes vemos os papéis se invertendo onde os homens são os criadores das idéias e a Deus sobra o papel de colaborador, o “gênio da lâmpada” que tem poderes para viabilizar suas idéias e sonhos pessoais.
A Igreja como corpo de Cristo deve ser entendida como o próprio Jesus explicou o que é o seu corpo, o corpo de Cristo. Em Mateus 26:26 Jesus disse: “isto é o meu corpo”. Jesus disse isso dando aos discípulos um pedaço de pão, abençoado e partido. Assim é a Igreja, o corpo de Cristo (Col 1:18). São vários pedaços do mesmo pão. De um pão que não foi preservado para ficar inteiro, mas fio quebrado para cumprir o seu propósito. O propósito de dar vida. A busca dos próprios interesses não condiz com o sentimento cristão, nem quando se refere a igreja de Cristo, pois Ele mesmo não se preservou nem se poupou. Aqueles que defendem seus próprios interesses, e se juntam só para matar sua própria fome não participam da ceia do Senhor (1 Cor 11:20-21).
As igrejas abertas em nome de Jesus, devem ser representar os interesses de Jesus, somente. Devem estar prontas para serem quebradas, repartidas, pois só assim alimentarão as nações e serão agentes de salvação na terra. Só quem tem consciência e certeza de ser salvo, pode se entregar em oferta viva, santa e agradável a Deus para ser realmente oferta, como Cristo foi. Mesmo que isso implique em ser quebrado.
A igreja de Jesus, chamada Eclésia, não teme desafios, nem os de morte. Não se fecha entre quatro paredes para se proteger de ataques, mas é chamada a sair e se levantar como igreja triunfante, que morreu com Cristo mas que com ele também ressuscitou poderosamente, redimida e salva.
A igreja de Jesus foi inaugurada uma única vez e permanece sendo apenas uma. O que podemos fazer é expandir essa igreja na terra nos mantendo fieis aos seus princípios e fundamentos, sabendo que nessa igreja, a de Cristo, não há espaço para promoções pessoais, pois quem desejar algum destaque nessa igreja tem que superar o seu fundador, que pagou preço de sangue para resgatá-la diretamente do inferno.
A igreja de Jesus, não tem um templo. Ela é um templo não edificado por tijolos simétricos e regulares, mas é edificada com pedras vivas (1 Ped 2:5). Cada uma é de um jeito. Cada uma é de um forma diferente, mas que esse maravilhoso construtor sabe onde colocar cada um delas de forma que seja plenamente aproveitada sem mutilações, sem traumas e sem desperdícios.
A igreja de Jesus é plena em amor e manifesta esse amor em tudo o que faz. Pois é a expressão visível do Deus invisível ao mundo. É a forma de mostrar ao mundo o amor de Deus que é Deus.
Essa é a única igreja de Jesus.
Miguel Levy

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O FILHO QUE FICOU



Em Lucas 15, encontramos uma das mais conhecidas parábolas contadas por Jesus, a parábola do FILHO PRÓDIGO, aquele rapaz que resolveu sair da casa do pai. Jesus se utilizava desses recursos para se fazer entender de forma mais simples quando falava do reino de Deus.
Nessa parábola vemos que o pai se viu diante de um grande problema. O filho que saiu de casa. Contudo, no desfecho dessa estória, todos ficam felizes quando o filho volta pra casa. Arrependido, disposto apenas a merecer o perdão do pai que com a volta do filho perdido teria seus problemas terminados. Mas não foi bem assim que aconteceu. Não foi por acaso que Jesus citou o comportamento de outro personagem. O filho mais velho. O filho que ficou, que não saiu de casa, que não abandonou o pai, o que fez tudo certinho.
A Bíblia relata que esse rapaz quando chegou do trabalho e viu uma festa em casa, ficou um pouco chateado, para não dizer com raiva mesmo, com o comportamento do pai que estava fazendo uma festa para o filho que voltou para casa.

A indignação daquele rapaz foi tanta, ao ponde de ele se recusar a entrar em casa. Nesse momento podemos imaginar a situação daquele pai que por alguns momentos acreditava que tinha resolvido um problema e já se deparava com outro igualmente complicado. Uma hora ele tinha um filho fora, longe de casa. Agora tinha outro filho perto, mas sem querer entrar em casa.
Muitos, assim como aquele filho mais velho tem o mesmo comportamento. Se sentem desconsiderados em relação ao pai e se negam a entrar em casa e participar da festa que alegam não ser para eles.
Aquele jovem se indignou por nunca ter utilizado sequer um cabrito para festejar com seus amigos, apesar de todo o serviço que prestava ao pai durante toda a sua vida. Esse comportamento só demonstra uma coisa. ELE NÃO TINHA A MENOR CONSCIÊNCIA DE SER FILHO. A relação que ele tinha com o pai não era de pai e filho e sim de empregado e patrão. Isso é muito perigoso. Deus nos chamou para sermos feitos seus filhos. Ele nos deu o poder de sermos seus filhos (João 1:12).
Essa consciência de pai e filho deve ser recíproca para que o relacionamento não seja prejudicado. Nessa parábola o pai respondeu ao filho que tudo o que ele tinha era também dele, do filho (Luc 15:31), que não precisava fazer nada para merecer um cabrito ou qualquer outra coisa que fosse do pai. Essa consciência nós podemos ver em Jesus, quando orava ao Pai em João 17:10. O que é teu é meu.
Devemos descansar nessa verdade. Somos filhos de Deus e não podemos fazer nada mais para mudar essa condição. Não podemos ser mais filhos ou menos filhos. Muitas vezes nos recusamos a participar das bênçãos que já foram dadas a nós. Muitas vezes resolvemos, por qualquer outro motivo alheio a vontade do Pai, a entrar em sua casa, sentar na mesa e participar de tudo o que ele tem preparado para nós. Achamos que não somos dignos por algum motivo.
Não sei se pior do que estar longe de casa é não querer entrar em casa. Muitos não participam das bênçãos de Deus por ignorância, falta de conhecimento do dom de Deus, a esses precisamos levar a luz e apresentar a salvação através do evangelho. Contudo, bem perto de nós existem muitos que nunca saíram de perto do pai, nunca se abandonaram o pai, que nunca deixaram de servir o pai, contudo, muitas vezes se recusam a ter comunhão com o pai. A esses, precisamos trazer a memória quem eles são para que reassumam a sua posição de filhos.
Há uma situação muito perigosa que nós, cristãos, podemos nos encontrar, que eu considero pior do que a dos que saem do nosso convívio e se lançam no mundo. São aqueles que estão perto, por isso não inspiram cuidado, mas estão indignados e não desfrutam da vida que o pai preparou para eles. Estão perto mas não tem comunhão. São chamados de filhos mas se consideram empregados. Tem direito a tudo mas desfrutam de nada. Alimentados por uma influência do mal, se sentem enciumados ao ver tanto investimento e atenção dispensados aos novos convertidos, e nada se faz por eles. É o sentimento característico do filho mais velho que se sente esquecido ao chegar um bebê mais novo em casa. Nós como pais devemos ter cuidado com os filhos mais velhos para que eles entendam que nunca deixaram e nem deixarão de ser filhos.

O meu conselho para os filhos é que procurem entender que não há nada que os faça deixar de ser filhos. Independente do que você faça ou vier a fazer haverá sempre um pai, que nunca deixará de ser pai esperando um filho que partiu, e procurando um filho que não quer entrar em casa para que todos entrem e participem do seu banquete, porque todos continuam sendo filhos. O filho que partiu e o filho que ficou.

Miguel Levy

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Evangelho DENOREX

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,” 2 Cor 10:4

A Palavra de Deus nos ensina de forma bem clara como devemos agir no mundo, contudo, devemos agir de acordo com os princípios de Deus. O reino de Deus ao ser estabelecido na Terra deve seguir os princípios e normas do Reino de Deus e não do mundo.

Nossa grande dificuldade consiste em entender isso. Aceitar em nossa mente já empregnada com a cultura deste mundo, a agir de uma maneira muitas vezes bem diferente do que estamos acostumados a fazer. Nossa experiência humana sempre nos da subsídios a nos encorajar a agir seguindo da forma que sempre tem dado certo em nossa vida diária.
A bíblia diz que a sabedoria humana é terrena, animal e demoníaca (Tia 3:15), baseado nisso podemos entender porque não podemos promover o Reino de Deus na terra baseado em nossa natureza humana e usando as ferramentas humanas ou carnais. Paulo escreveu aos Coríntios que as armas que devemos usar não são carnais, humanas, terrenas, mas são espirituais e poderosas em Deus para destruir fortalezas e sofismas que se levantam contra o conhecimento de Deus.
Quando pensamos nisso, entendemos a razão pela qual o inimigo muitas vezes ajuda a promover um evangelho fundamentado em sofismas, que são quase verdades, mas afirmadas com tanta freqüência e firmeza, passam a ser tidas como verdades. E esse é o pior tipo de inimigo a se combater, o que esta perto, que não é totalmente oposto a nós. É mais fácil repudiar uma mentira do que uma “quase” verdade.
Analisar os exemplos de sucesso no mundo e trazê-los para igreja de Cristo tentando conseguir os mesmos resultados, pode não dar certo. Estratégias utilizadas no comércio para fidelizar, atrair ou conquistar clientes podem não se apresentar tão eficazes quando aplicadas no reino de Deus. É comum no comércio mostrar apenas o que é interessante que o consumidor veja. As letras grandes dos anúncios, mas sempre ficam as letrinhas no roda-pé, o chamado “texto legal” que só será lido ou procurado quando alguma coisa não deu certo. No reino de Deus é diferente, tudo é mostrado as claras e nenhuma verdade é omitida, nenhum mistério é mantido. O mistério que esteve oculto por tempos agora foi revelado em Cristo (Col 1). O “texto legal” do evangelho é a palavra de Deus revelada a todos como luz que iluminam os olhos antes obscurecidos pelo inimigo.
O comércio tenta fidelizar o cliente, mas na verdade o prende, oferecendo sempre uma nova possibilidade de ganhar um brinde. Juntando dez cartões, o décimo primeiro prato é grátis. Imaginem o desespero de quem perde o cartão com nove carimbos... tem que começar tudo de novo. E na verdade, na verdade, nada é grátis você paga o décimo primeiro prato em dez parcelas antes de recebê-lo. Essa é a lei do mundo. Paga primeiro e recebe depois. No reino de Deus é diferente. Deus primeiro nos deu, nos abençoou, para que pudéssemos usufruir sem dever nada a ele. Em função disso, a nossa fidelidade a Ele não deve estar condicionada a um brinde a ser ganho, mas a um reconhecimento por já ter recebido. Deus não nos prende as bênçãos ele nos libera, nos deixa livre, pois fomos libertos pela sua verdade.
O comércio atrai utilizando iscas, sofismas, quase verdades. – Você paga em 50 vezes, “sem juros”. É claro que tem juros embutidos, mas de tanto se falar, é tido como verdade, mas é um sofisma. Uma mentira que todo mundo acredita e tem como verdade. Uma isca. No reino de Deus, não é assim. Jesus disse: “eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Essa verdade deve estar acima de todas as coisas. “no mundo vocês vão ter aflições...”, “muitos vão abandonar vocês por causa desse evangelho”. Jesus nunca usou artifícios, subterfúgios ou mentiras para conquistar seguidores e fazer discípulos. Nosso Deus não precisa ser embutido por traz de necessidades humanas. Sendo vendido como casamenteiro, agencia de emprego, mecânico ou qualquer outra solução de necessidades humanas, como se ele não fosse mais do que suficientes para o homem. Jesus disse buscai em primeiro lugar o reino de Deus e essas demais coisas serão acrescentadas (Mat 6). Se essa é a prioridade, devemos oferecer em primeiro lugar o Reino de Deus que NÃO É comida nem bebida, mas É justiça, paz alegria no Espírito (Rom 14:17). Comida e bebida são produtos do reino do mundo, quem busca isso em primeiro lugar, não busca o reino de Deus. Quem oferece isso em primeiro lugar, não oferece o reino de Deus. O que é visível é passageiro mas o que é invisível é eterno (2 Cor 4:18).
Se desejamos atrair as nações para Cristo, temos que pregar Cristo, somente. Não tentar imitar o mundo com seus modelos e estratégias mundanos. Os padrões de sucesso do mundo enganam pois buscam somente ofuscar a visão com olofotes que se apagam, com números que mudam, e com sucessos passageiros.
A idéia de que Deus esta no negócio somente porque esta crescendo é um grande sofisma. O crescimento (numérico) e a prosperidade do ímpio parece que sempre foi maior pelo menos dede os tempo de Daví quando Asafe se via incomodado com a prosperidade dos maus (Sal 73).
Assim como é um grande sofisma afirmar que não existe a bênção de Deus porque não há crescimento (numérico), uma vez que muitos foram os que cumpriram seu papel no reino de Deus e não juntaram multidões ou acumularam qualquer tipo de patrimônio. João Batista, preparou o caminho para o Messias, no entanto vagava pelo deserto sem uma “sede própria”, vestindo grife de carneiro e comendo gafanhotos.

Estejamos sempre atentos para o que é oferecido como evangelho de Cristo. Pode até ser muito parecido, pode até ter o nome de Deus. Parece mas não é, como aquela antiga propaganda do shampoo DENOREX que tinha cor de remédio, cheiro de remédio mas não era remédio. Desconfie do preço que lhe cobram para fazer parte desse evangelho, quanto cobram pelas “bênçãos”. Peregrinações, rituais, e sacrifícios adicionais são dispensáveis uma vez que a última peregrinação necessária foi feita por Jesus até o Gólgota onde se fez oferta no sacrifício último e perfeito (Heb 10:12) pagando todo o preço de nossa dívida (Col 2:14) de uma vez por todas. Se ainda tem preço a ser pago, se ainda há sacrifício a ser realizado não é de Deus. Denuncie.
Miguel Levy

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

FÉ OPEROSA



Quando falamos de fé, sempre nos referimos a essa poderosa ferramenta que uma vez dada por Deus nos permite operar e viver impossíveis. Isso mesmo. É muito comum relacionarmos fé ao impossível. Fé para ressuscitar mortos, remover montanhas, andar sobre as águas. Coisas desse tipo que deixam qualquer um abismado diante de tanto poder demonstrado a través da fé. É disso, também, que desejamos fazer referência. Dessa fé que opera todas as coisas. O que consideramos grande e o que consideramos pequeno.



Em 1 Tessalonicenses 1:3, Paulo faz um comentário interessante, afirmando que dava graças a deus pela OPEROSIDADE da fé de seus irmãos. Ele era testemunha de uma fé que operava, que acontecia que fazia cumprir seu papel. Parece estranho pensar na possibilidade de existir uma fé que não opere, mas da forma como foi colocado, Paulo tinha um cuidado de fazer essa distinção.
Uma vida cristã consistente esta fundamentada em três pontos. A fé a esperança e o amor. A fé que opera, o amor que nos move a fazer e a esperança que nos anima a continuar. A fé que é fundamentada em amor e manifesta em esperança. A fé é muito mais do que um sentimento. Na verdade, não sentimos fé. Nós a temos como uma certeza, uma convicção. Como disse o escritor aos Hebreus (Cap 11), fé é a esperança com convicção, certeza. É a consistência da esperança. A esperança sozinha, cansa, o amor isolado engana, a fé por si só não opera, não faz.
A fé que operava em Jesus era movida pelo amor e dava consistência ao que ele esperava que acontecesse. Para isso, é necessário conhecimento suficiente do que cremos. Fé em Deus requer conhecimento de Deus.
Quando Pedro foi desafiado a sair do barco confiando na palavra de Jesus, foi o conhecimento que ele tinha de Jesus que o fez dar os primeiros passos sobre as águas, assim como foi o conhecimento que ele tinha do mar que o fez começar a afundar. Esse confronto sempre vai existir em nossa vida e é o resultado desse confronto que irá determinar onde estará nosso pé no próximo passo, sobre as águas ou afundando nelas.
A Bíblia diz que o homem natural discerne bem as coisas naturais, mas o homem espiritual discerne todas as coisas (1 Cor 2). Quando o conhecimento das coisas naturais prevalece, vivemos como homens naturais e nossa fé fica limitada e sujeita aos limites da naturalidade humana. Quando o conhecimento das coisas espirituais prevalece, aí vemos o sobrenatural acontecer através da nossa fé e nossos limites são os de Deus (se é que esse limite existe).
A fé operosa se manifesta movida pelo amor de Deus derramado em nossos corações e esse amor, que não busca interesse pessoal, nos leva a alcançar todos os que Deus quer alcançar.
A fé operosa cuida dos seus, dos da família, dos próximos (1 Tim 5:8). Temos que ter essa fé que opera coisas simples. Fé para dar atenção, carinho, apoio, suporte. Fé para levantar caídos, mas também fé para não deixar cair. Fé para curar feridos, mas principalmente fé para não ferir, não machucar. Fé para esquecermos de nós, crendo que Deus já se ocupou desse assunto, e buscarmos a tantos que clamam por alguém com fé para ouvir.
A fé operosa também opera coisas pequenas, que aparentemente não tem importância, mas foi a fé que Jesus usou para dar atenção a anônimos que cruzavam o seu caminho, como com ricos personagens que o convidavam para um banquete em sua casa assim como parou para dar atenção e abençoar a mendigos pedintes que não tinham sequer uma casa para morar. E tudo isso por causa do amor. O amor de Deus que faz a fé se mover. O amor de Deus que faz ativar a compaixão, sentimento que nos tira de nosso lugar de conforto e por momentos nos colocarmos no lugar de outras pessoas tentando entender o que estão sentindo.
Precisamos ter fé para adiar nossa refeição, como Jesus fez (Joa 4) apenas para trazer salvação a uma mulher sem reputação na sociedade, e no final de tudo, se sentir satisfeito por saber que a vontade do Pai havia sido comprida em sua vida.
A fé que opera, é a fé que ama.
Miguel Levy

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O PODER DE SER



O PODER DE SER

Paulo quando se refere aos valores do cristianismo, mensiona que devemos atentar mais para as coisas invisíveis, que são eternas, do que para as visíveis, que são passageiras. Que devemos olhar para o que nos espera, que não vemos, e não para o que passou, que já vimos. Ainda afirma que fé consiste em esperar o que não se vê, que é eterno, e não no que se vê. Pois a esperança que se vê não é esperança uma vez que já é realidade. São valores que devem cada vez mais ocupar lugar em nossa mente para que possamos experimentar a plenitude da perfeita vontade de Deus para as nossas vidas.

A Bíblia, por sua vez, é bastante clara quando mostra o que espera por aqueles que receberem o evangelho de Jesus. Em João 1:12, a Palavra diz que os que receberam a Jesus e creram no seu nome a esses foi dados o PODER DE SEREM feitos filhos de Deus. Aparentemente, passando rápido parece que não estamos diante de algo considerável. Parece que podemos encontrar esse tipo de coisa com facilidade no mundo. Mas não é bem assim. O que podemos encontrar com facilidades são as ofertas do inimigo tentando confundir o homem sempre usando coisas muito parecidas com as de Deus.

As ofertas do mundo são visíveis e por isso passageiras. Deus através de Jesus veio trazer uma oportunidade de transformação eterna e permanente ao homem.

Vemos a humanidade seduzida pelas ofertas do Diabo que ilude o homem com o PODER DE ESTAR e não de SER. Talvez para nós, em nosso idioma seja até mais fácil de entender isso.

No mundo existem poucos lugares para serem conquistados, preenchidos e com muito custo mantidos. O melhor do mundo no futebol, o campeão mundial de boxe, o dono da maior fortuna do mundo, a mais bela modelo, o pop star mais bem pago, o homem do ano, e tantos outros títulos que são cobiçados em suas categorias. Seja no esporte, no mundo empresarial, ou em qualquer outro segmento. O que vemos são vagas temporárias a serem preenchidas. O homem natural, aquele que discerne as coisas naturais, busca pelo PODER DE ESTAR, acreditando que estando ele é. A busca por essa posição gera uma expectativa em torno de estar no topo, acreditando-se que lá, no topo da montanha, na crista da onda, a satisfação plena será encontrada. Nessa busca muitas negociações são feitas e o caráter de muitos infelizmente é corrompido. A dureza da realidade só é percebida quando se chega ao topo, e são poucos os que conseguem, e chegando lá percebem que não encontram uma planície onde muitos poderão agora desfrutar de estar lá no topo para fazer valer todo o esforço e preço pago na subida. A realidade é percebida quando alguém grita: “a fila esta andando!” e agora o homem é pressionado para o outro lado da montanha, onde a decida rumo ao vale é o caminho mais óbvio. Nesse momento, agora com muito mais pressão, percebe-se que o esforço para subir foi muito pequeno comparado ao esforço para não descer, até porque anestesiado pela ilusão as dores da subida são mais toleráveis. Daí a frase popularmente conhecida “o difícil não é conquistar, é manter a conquista”.

A busca pelo estar consome a vida do homem natural que por não saber quem é acredita que estando em lugares de destaque, poderá mostrar a si mesmo e aos outros o que ele acredita ser.
Esse homem é cego, ou na melhor das hipóteses muito míope pois não discerne todas as coisas.

A Bíblia diz que o homem espiritual discerne todas as coisas e pode entender os planos de Deus e todos os seus mistérios, tendo a revelação plena de Deus invisível.

Todo aquele que recebe a Jesus também recebe o PODER DE SER filho de Deus. Quem é, é para sempre. Jesus não veio mudar a nossa situação de escravos do pecado, prisioneiros do diabo. Ele veio mudar a nossa condição de mortos para vivos, devedores para justificados, pecadores para redimidos e perdoados, de escravos do diabo para filhos de Deus.

Esse PODER DE SER nos assegura privilégios de filhos em qualquer lugar que possamos estar. As dádivas de Deus são irrevogáveis. O seu plano de salvação é eterno. Não tem prazo de validade nem dura uma temporada e nem precisa ser defendido a cada nova temporada.

O PODER DE SER é o que Jesus conquistou para todos nós na cruz. O poder de ser filho, assim como ele, com todas as possibilidades de manifestar a glória de Deus e revelar o seu amor como filhos amados. Ele nos deu poder para isso, o PODER DE SER.
Miguel Levy

domingo, 13 de janeiro de 2008

RECEBEDOR OU LIGADOR?

Há algum tempo, uma empresa de telefonia móvel promoveu uma campanha com o mote de transformar um RECEBEDOR em um LIGADOR. Considerei muito importante o enfoque de buscar mudar o perfil de seus clientes, onde muitos se mantinham na condição de recebedores de ligações, mesmo quando o assunto era de seu interesse.

É claro que podemos fazer um paralelo com a nossa vida cristã. Nunca poderia perder essa oportunidade diante de tantos exemplos que podemos ver a cada dia. CRISTÃOS RECEBEDORES, ou simplesmente RECEBEDORES, uma vez que o cristão não consegue existir restrito a essa prática, de apenas receber.
Na carta aos hebreus (11:6), o escritor afirma que DEUS É um Deus recompensador, galardoador, um Deus que tem a característica de dar, doar, ofertar. Esse é o Deus que tem se revelado a nós, e tem se revelado para que possamos ver nEle características que devem existir em nós, seus filhos, uma vez que fomos feitos de acordo com sua imagem e semelhança.

A religião de uma maneira geral apresentou uma forma estranha de humildade confundindo humildade com fragilidade, miséria ou fraqueza de uma forma mais abrangente e são esses "humildes" que encontrarão Deus com maior facilidade. Associando essa idéia a pouca vontade das pessoas em buscar o pleno conhecimento de Deus, uma vez que isso envolve tempo de leitura e meditação na palavra de Deus, amadurecimento e consequentemente acúmulo de responsabilidade, muitos, muitos mesmo, preferem se esconder por traz dessa falsa capa de humildade na busca de Deus.
É bastante cômoda a posição dos recebedores uma vez que concentramos nossos esforços apenas no sentido de apresentar nossas necessidades para que outros, os ligadores, se mobilizem em nossa direção para suprir nossas demandas. Em função disso, é criada uma cultura paralela a que deveria ser a única. Muitos já mudaram o vocabulário e o próprio comportamento. Quando um recebedor que falar com alguém ele não diz simplesmente: “eu te ligo”, ele diz: “eu te dou um toque”. É estranho, mas é assim que muitos cristãos vivem. Dando “toques”. Dão “toques” para os irmãos na congregação pedindo muitas vezes que “liguem” para Deus por eles ou passam mensagens a tantos quanto podem pedindo um retorno. Em muitos casos, vemos pessoas que continuam sendo apenas RECEBEDORES não por falta de condição, mas por puro comodismo ou até mesmo exploração mesmo. É comum encontrarmos pessoas que compram os aparelhos de celular mais caros do mercado e permanecem alegando falta de condição para se tornar também LIGADORES.
Parece que tudo isso é uma brincadeira, mas é a pura verdade. Deus nos fez LIGADORES. Deus nos fez ABENÇOADORES, Deus nos fez FRUTIFICADORES. QUANDO Jesus afirmou que havia nos chamado para que déssemos frutos (Jo 15:16), ele estava declarando de forma muito clara qual é o nosso papel, o propósito de nosso chamado. Somos RECEBEDORES sim, pois uma vez recebemos de Deus a graça salvadora (Tit 2:11) e por essa graça temos aprendido a viver como FRUTIFICADORES, ou LIGADORES para continuar com nossa analogia inicial.
Essa é a característica do cristão, estar disponível a ser oferta em primeiro lugar e para isso não precisamos de mais nada além do que já recebemos de Deus. Em Mateus 5:13 Jesus disse vocês SÃO o salda terra e a luz do mundo. Não precisamos fazer nada além daquilo para o que fomos criados. Se fugimos desse propósito de dar sabor, de ser luz, de dar frutos, para nada mais teremos serventia no reino de Deus e no mundo em que vivemos se não para sermos humilhados e pisados pelos homens (Mat 5:13).
O que Deus nos deu ele não irá tomar de volta. Temos o potencial em nossa vida, chamada não sem propósito de vida abundante, de sermos não apenas RECEBEDORES, mas LIGADORES. Sim ligadores, aqueles que não estão ocupados apenas em estarem ligados com Deus, mas principalmente por já estarem ligados, reconciliados com Deus podermos ser os LIGADORES que irão ligar os homens com Deus (2 Cor 519). É dessa forma que poderemos interagir com as pessoas que precisam ser alcançadas e assim poder expressar e revelar todo o amor e a graça de Deus aos homens.
Resta-nos apenas decidir o que desejamos ser RECEBEDORES ou LIGADORES?
Miguel Levy

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

SAL DA TERRA



É muito comum encontrarmos pessoas sedentas em realizar a obra de Deus buscando de alguma forma se encaixar em um ministério que lhe permita ser útil no reino de Deus. Essa busca muitas vezes se estende por anos e não é incomum encontrarmos pessoas até um pouco decepcionadas por ainda não terem encontrado sua utilidade na obra de Deus.
A grandiosidade de Deus e sua importância muitas vezes nos leva a pensar que por ser assim ele é um ser complicado e que as coisas relacionadas a Deus são difíceis. É um grande engano. Deus veio facilitar as coisas para nós, mesmo quando isso esta relacionado a nossa função na terra.
Quando Jesus falou aos seus discípulos em Mateus 5:13, ele foi mais uma vez muito direto e simples ao falar nobre sosso ministério na terra. Ele disse: “Vocês SÃO o SAL DA TERRA, mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens”.
A primeira coisa bastante clara nessa afirmação é que Jesus diz: “VOCÊS SÃO”. Não fica nada pendente para ainda ser resolvido. Não é necessário a confirmação de Deus, imposição de mãos, profecia ou qualquer outra forma de ratificar o que já estava determinado. Muitas vezes perdemos muito tempo buscando algum outro tipo de comissionamento além do que já recebemos diretamente de Deus através da sua palavra. Não cremos na palavra de Deus quando nos diz simplesmente ide..., seja..., ame..., perdoe... Somos tentados a dar crédito a coisas enigmáticas, misteriosas, místicas. Não encaramos o sobrenatural de Deus como algo claro e evidente. Deus é luz e nele não há qualquer tipo de trevas, sombras. E isso diz respeito aos seus planos e modo de se expressar. Deus primeiro nos fez ser para que pudéssemos fazer. Nesse caso, ele nos fez sal para que pudéssemos salgar e dar sabor a vida na terra.
Um tempero simples e invisível, talvez seja o que ninguém jamais pensou em ser quando se fala de servir a Deus. A busca por notoriedade pode nos desviar do propósito que Deus tem para nós. Não precisamos ser vistos no mundo, precisamos que sintam nossa falta no mundo. Davi ainda não era o rei, mas era a sua presença que trazia paz ao coração de Saul. Oramos pedindo a Deus que nos coloque em lugares importantes, de destaque e liderança em nosso trabalho, mas dificilmente nos preocupamos em saber se estamos sendo o tempero que nosso ambiente de trabalho precisa para se tornar um lugar harmonioso, cheio de paz e amor por nossa interferência ao ponto de sentirem nossa falta quando estamos ausentes. Por mais bonito e bem apresentável que esteja um banquete, ele só será realmente completo se tiver um bom tempero dando sabor a tudo.
Enquanto lutamos para ser representativos e notados na sociedade ocupando os lugares mais visíveis, podemos estar deixando de ser o que somos, perdendo nossa essência. Um uma mesa, por maior que sejam os pratos e bandejas de comida, todos irão procurar os pequenos recipientes onde estão os temperos que irão dar sabor aos pratos.
Deus nos chamou para darmos sabor ao mundo em que vivemos. Para tornar sustentável a sociedade que se apresenta em vitrines tentando seduzir com formas a insipidez da vida sem tempero do mundo.

Jesus veio sem beleza e sem formosura (Isa 53:2). Em uma vitrine ele jamais seria desejado ou atrairia alguém. Mas todos os que experimentaram a doçura de suas palavras, o sabor de sua companhia, descobriram o prazer de viver a vida de Deus e não o deixaram mais. Pedro ainda afirmou: “Para quem iremos? Tu tens a Palavra de vida eterna” (Joa 6:68).Assim como o sal não tem finalidade se perder o seu sabor, da mesma forma nós, cristãos, não temos utilidade se não cumprirmos o nosso papel no mundo. Não servimos para enfeite ou peça de decoração. Se não fazemos diferença onde vivemos e se o mundo não sente falta do sabor que deveríamos dar a vida, serviremos apenas para sermos humilhados e pisados (Mat 5:13). Devemos crer naquilo que a Bíblia diz a nosso respeito e cumprir o propósito para o que fomos criados. Que possamos ser sal com sabor.