sábado, 5 de março de 2011

VOCÊ JÁ FALOU COM MORTO?


Imagino o que aconteceria se anunciássemos de forma bem destacada a todos quantos pudéssemos alcançar que podemos ficar livres do pecado. Como uma espécie de solução para esse mau que durante toda a história da humanidade tem incomodado a vida de muitos que, de uma forma ou de outra tem buscado um bom, ou pelo menos confortável, relacionamento com Deus, uma vez que o pecado é o elemento citado em todas as desavenças entre o homem e Deus. Mas antes de tudo, precisaríamos entender o que é pecado, e nesse ponto todos temos que concordar que há controvérsias e é aí que tudo fica instável e muitos se iludem com uma falsa sensação de justiça e outros se condenam com uma exagerada consciência de culpa.

Há quem relacione a idéia de pecado a uma lista. O que pode e o que não pode fazer. Essa é uma maneira muito simplória e limitada de tentar fazer com que outros não errem. Entendo que não há qualquer tipo de maldade nisso, desde que seja usada como um tipo de salva-vidas. Uma espécie de curativo até que se chegue ao hospital, onde todo o diagnóstico será definido e o tratamento estabelecido utilizando, principalmente, a consciência do paciente a respeito de sua doença e o que deverá fazer para ser curado. O que acredito que não faz sentido é mantermos a terapia dos curativos sem a busca pela solução definitiva. Na troca de curativos a lista muda e muitas vezes o que era pecado para o meu avô ou para o meu pai, hoje já não é mais. O rádio e a televisão já foram considerados itens responsáveis pela disciplina e exclusão de fieis do rol de membros das mesmas denominações que hoje disputam um horário nos rádios e canais de televisão, ou seja, o que liderava a lista de pecados agora tornou-se instrumento de bênção para levar pessoas ao céu. Não faz sentido. Quando Deus estabeleceu uma lista de coisa que o homem podia e não podia fazer, ele o fez em um período de imaturidade do homem, uma vez que a redenção pela graça salvadora não havia sido revelada. Era quase impossível para o homem naquela época entender a justiça de Deus assim como é muito difícil para uma criança no início da alfabetização entender números negativos ou fracionados. Por isso ensinamos primeiro o que é natural para o seu entendimento, números inteiros e positivos. Depois, com o passar do tempo vamos aos poucos introduzindo todos os elementos que compõem o conjunto de números reais (R) onde entendemos e aceitamos valores que sabemos que nunca iremos sequer ver representados em algum lugar. A Bíblia nos afirma que até Cristo o homem viveu uma espécie de menor idade para que a partir de Cristo pudesse viver e experimentar a plenitude da vontade de Deus para a sua vida, vivendo não pela lei, lista do que pode e do que não pode, mas pela fé, confiança no que não esta escrito mas crendo que é o melhor.

Em João 16 encontramos um trecho que diz que o Espírito Santo, o Consolador, convenceria o homem do pecado. E como seria esse convencimento? Mostrando que o homem estava vivendo sem crer em Deus, ou no seu filho. Parece que encontramos uma espécie de equação mãe de onde todas as listas podem ser geradas tentando definir pecado. Pecado é não crer em Deus. Mas calma. Crer em Deus não esta relacionado apenas ao fato de acreditar em sua existência, mas acreditar nele, em sua palavra. Nesse ponto tudo se completa. O grande pecado, o grande erro, a grande falha do homem é não acreditar em Deus. Todo o resto... podemos chamar de muitas coisas, inclusive frutos da carne, que compõem uma lista.

Por isso afirmamos que é simples ficar livre do pecado. Simples é diferente de fácil. O conceito é simples, o processo nem tanto, mas totalmente viável e gratificante. O apóstolo Paulo afirma que a redenção do homem veio promover a liberdade do domínio do pecado sobre nossa vida. Justificados, sem qualquer tipo de culpa ou dívida, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo por intermédio de quem tivemos acesso a graça que nos ensina a viver o que Deus quer que vivamos, e agora nós podemos uma vez que fomos mortos para o pecados e vivificados para Deus. A vontade de Deus agora faz sentido para todos nós. A legalidade da lei do pecado em nossa vida foi revogada na cruz. Com isso, o grande problema do homem e não se relacionar com Deus foi resolvido pois a cura foi apresentada. Podemos dizer com muita propriedade, o pecado não é mais problema, tem solução. Entendam que não afirmo que o pecado não existe, eu afirmo que você não precisa culpar o pecado pela sua vida longe de Deus que certamente levará você ao inferno. Continuo afirmando que podemos, sim, viver livres do pecado e dessa forma agradar a Deus. Para garantir isso fomos sepultados com Cristo no batismo, e da mesma forma fomos ressuscitados dos mortos com ele e por fé (Col 2).

Então, considerem-se, isso cabe a você, mortos para o pecado. Você já falou com um morto? O que ele respondeu? Nada? Como ele reagiu? Ignorou você? Da mesma forma deve acontecer quando o pecado falar com você. Ignore. Não responda. Acredite em Deus. Não peque. Viva para Deus em Cristo Jesus. Seguindo os conselhos do nosso irmão Paulo (o apóstolo), não obedeça às suas paixões, nem ofereça os membros do seu corpo ao pecado (não crer em Deus), como instrumento de iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como você é, ressurreto entre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça (Rom 6:11-14).

Miguel Levy

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