terça-feira, 24 de maio de 2011

Tentação...


Miguel Levy

A vida do cristão não é fácil. Cheia de desafios e barreiras a serem vencidas. Além de todos os ensinamentos que norteiam o camiho a ser seguido, que por sí só já seriam suficientes para manter cada um de nós em estado de alerta para não nos desviarmos, ainda existe fatores externos que insistem em gratuitamente contribuir para o nosso erro, fracasso, que consiste em perder o foco e consequentemente ir para longe do propósito para nossas vidas.
Me refiro a TENTAÇÃO. Uma palavra que mexe com o imaginário e que estranhamente parece ser unilateral voltada apenas para promover desvios, acabar com dietas, cometer delitos, transgredir normas. Nunca vi alguém se sentir tentado a ajudar, contribuir, prmover ordem, fugir do mal... parece que tentação não se encaixa bem nesse contexto.

O fato é a tentação existe e é uma realidade diária em nossa vida assim como foi na vida de Jesus, o filho de Deus que não foi poupado de nenhuma delas (Heb 4:15) para que pudesse nos ajudar quando chegasse nossa vez.
Entendo que precisamos identificar a tentação, entender como funciona para que possamos vencê-la sem nos desviarmos dos propósitos de Deus para nossas vidas, uma vez que o objetivo da tentação é exatasmente esse: nos desviar do propósito de Deus par anossa vida. Ela vem para nos corromper da mesma forma como aconteceu com Jesus (Lucas 4) que foi tentado em áreas bem distintas e comuns a todos.
A tentação busca sempre um ponto de atuação em cada um de nós. O ponto comum. Fraqueza. Sempre em qualquer tempo de nossas vidas estaremos mais vulneráveis em alguma área, e parece que a palavra mais próxima de tentação é NECESSIDADE. Quem não tem uma?? A necessidade que é expressa em uma fraqueza pode explicar nosso fracasso diante de uma tentação mas nunca justificar o fato de termos nos deixado corromper. A miséria pode explicar a criminalidade mas nunca poderá justificar um crime. Por isso não podemos ignorar nossas fraquezas e sim confronta-las para possam ser fortalecidas. Se esconder na sombra de nossas fraquezas só nos torna mais suceptíveis a corrupção e a recorrentes erros.

A Bíblia diz que o diabo cegou o entendimento do mundo para que não resplandecesse a luz do evangelho. Obscurecer a visão é a forma mais rápida vulnerabilizar alguém. Essa visão obscurecida revela a principal fraqueza do homem, pois assim ele perde a capacidade de se manter focado no propósito estabelecido por Deus. Muitas vezes temos o coração transformado em relação a salvação mas não temos o nosso sentimento, valores e modo de pensar transformados e achamos que isso é suficiente mas nos mantermos firmes no propósito. Como cegos, se confirarmos em nossos sentimentos apenas, sempre seremos traídos por eles. Corremos o risco de confundir ações com motivações e nesse caminho, rumamos para a mais perigosa das tentações. Aquela que não muda a direção, mas sim apenas o sentido das coisas. A que nos leva a fazer a coisa certa pelo motivo errado. Isso é muito sério. Essa tentação é tão eficaz, que foi a utilizada em Jesus no deserto (Luc 4).

A estratégia do inimigo ao tentar a igreja é estimular a fazer coisas certas pelo motivo errado. Sutilmente nos manter ocupados caminhando na direção certa, mas no sentido errado. É difícil nos convencer a parar a caminhada ou mudar de caminho, mas não é dfícil nos manter andando no mesmo caminho em sentido contrário, nos afastando do alvo.

Pense um pouco. Deus logo no início revelou seu propósito para o homem. Deus disse a Adão: FRUTIFIQUE. Jesus falou: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e os DESIGNEI para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que TUDO QUANTO PEDIRDES AO MEU PAI  em meu nome, ele vo-lo conceda" (Joa 15:16). O propósito do homem é revelar Deus como um doador, abençoador manifestando o que ele já nos deu, por isso nos mandou frutificar. Em vez disso, aprendemos a usar a fé para alcançar bênção e não para manifestar o que Deus já fez. O caminho é o mesmo, mas o sentido é diferente.

Então devemos nos fortalecer mantendo firme a nossa convicção (Hb 4:14), assim como fez Jesus ao ser tentado no deserto, onde creio foi de uma só vez tentado em três lugares diferentes (o deseto, o monte e o templo) para nos ensinar como identificar, reconhecer e vencer cada tentação em cada um deles.

No deserto, Jesus foi levado para ter fome e dessa forma ficar exposto a necessidade real. Sem necessidade não há tentação. Nesse lugar somos tentados a cololar em prática a nossa capacidade sem a orientação de Deus. Estamos na zona da prostituição, onde nos vendemos, nos corrompemos em função de uma necessidade. Os nossos sentimentos naturais podem falar mais alto do que nossas convicções nesse momento, se eles forem mais convincentes, nós perdemos.

No monte, assim como Jesus, somos tentados pela necessidade que pensamos ter. O que nos leva ao monte são carros, empregos, promoções, patrimônio. Somos tentados a nos corromper pelo compromisso que assumimos. Nossas convicções estão em jogo diante de uma pseudo necessidade. É nesse lugar onde os que não se mantem firmes cometem adultério. Se corrompem sem uma necessidade real. É pior do que prostituição.

O templo é o lugar onde somos tentados pela soberba, arrogância, orgulho, pelo sucesso. Onde somos levados a crer que estamos imunes as ações do inimigo, e dessa forma muitas vezes damos espaço ao que temo de pior e em nome de Deus revelamos a iniquidade de nossa natureza. É o lugar onde buscamos a Deus pelo sucesso pessoal.
Em qualquer um desses lugares, estamos sujeitos a corrupção que nos cerca se não confrontarmos a cada dia nossas fraquezas para nos fortalecermos na força do poder de Deus renovando nosso entendimento para que dessa forma possamo conhecer a perfeita vontade de Deus para nossa vida, conhecimento esse que será a luz em nossos olhos que nos deixará sempre focados no alvo a nós porposto. Alvo onde teremos um prêmio que desfrutaremos em uma eternidade. Coisa que de longe se compara com as ofertas do diabo para nós aqui. Fundamentado nessa convicção o apóstolo Paulo escreveu aos romanos (8:18): "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do temp presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós". 

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