quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A FÉ RESPIRA AMOR

Todos que já passamos pelo ensino fundamental podemos lembrar dessa experiência que se repete em todas as feiras de ciências das escolas. Uma vela acesa que produz combustão pela chama até que alguém isola a vela com um recipiente de vidro que limita a quantidade de oxigênio queimado pela chama. O que acontece em poucos segundo é a diminuição da chama até apagar totalmente. Isso para mostrar que a chama precisa de oxigênio para poder manter-se acesa e queimar, aquecer, produzir calor e energia.


Meditando sobre a fé, imaginamos logo a infinidade de coisas que poderiam acontecer, ou vir a existir, através da fé, e no mesmo instante começamos a confrontar a realidade de que não vemos tantas coisas acontecendo, mesmo sabendo que a todos nós foi dado uma porção de fé da parte de Deus (Rom 12:3). Com Jesus funcionava e comigo não, qual a razão?

Paulo escreveu aos gálatas no capítulo cinco, verso seis que a fé opera pelo amor. Ao meditar nesse texto, me veio a mente a antiga experiência que realizávamos nas aulas de física do ensino fundamental. Que forma didática de entender isso.

A fé precisa de uma atmosfera adequada para que possa operar. Da mesma forma que a chama precisa de uma atmosfera de oxigênio para poder queimar, a fé precisa de uma atmosfera de amor para poder operar. O oxigênio da fé é o amor.

Antes de lançar mão da fé precisamos ter um ambiente favorável para a operação da fé. Por isso Jesus foi tão eficaz em seu ministério operando milagres por onde passava, agindo em fé para abençoar a tantos. Jesus amava a todos. A prova do seu amor foi ter vindo ao mundo enviado por seu pai. Jesus amava Lázaro, seu amigo e amava o filho de uma viúva que encontrou na rua e nem sabia o seu nome. Um amor incondicional e totalmente desinteressado. Onde Jesus estava, a atmosfera de amor já existia, por isso era tão fácil se mover em fé e dessa forma acessar as bênçãos de Deus.

A fé não precisa de expectadores, curiosos e pessoas descomprometidas com as outras. A operação da fé não pode ser vista como um show ou espetáculo para satisfazer curiosidades ou promover entretenimento. Existem circos para essa finalidade. Muitas vezes nos iludimos com multidões acreditando que isso pode favorecer o mover de Deus através da fé, mas um multidão de curiosos e incrédulos não produz uma atmosfera de amor que pode ser gerada por um pequeno grupo de pessoas comprometidas com as outras e ligadas pelo amor. Jesus identificou essa situação quando visitou a filha de Jairo e fez questão de ficar com os poucos que poderiam amar aquela família e se compadecer do seu sofrimento (Lucas 8:51).

Podemos ter fé para transportar os montes, isso é o potencial, se não tiver amor, atmosfera propícia, nada adiantará (1 Cor 13:2). Se tivermos fé para levantar os mortos e não cuidarmos com amor dos próximos a nós, negamos essa fé e nos tornamos piores do que os ímpios (1 Timóteo 5:8).

A cultura do mundo nos leva a viver a impessoalidade, ignorando nossos semelhantes em função de nossos próprios interesses. Amantes de nós mesmos, cultivando o egoísmo, e ganância que aprisionam o homem ao seu próprio umbigo, chegando ao ponto de levar a banda de rock Ultrage a Rigor lançar a música Eu Me Amo, que afirma “eu me amo, não posso mais viver sem mim”. Isso é um grande grito de socorro do mundo a nós filhos de Deus, esperando que nos manifestemos expressando amor e agindo em fé buscando todos aqueles que Deus quer alcançar.

Em Mateus 17, vemos os discípulos cheios de dúvidas tentando descobrir porque não conseguiram libertar um jovem oprimido por demônios. É evidente que a preocupação dos discípulos não era nem com o garoto nem com a família dele que sofria com aquela situação. Eles queriam saber porque ELES não foram bem sucedidos nessa tarefa. O foco da fé não deve estar em nós e sim em quem amamos.

A fé esta em nós, o amor de Deus foi derramado em nossa vida. Temos tudo o que precisamos. Só precisamos agir em fé, movidos pelo amor.

Miguel Levy

sábado, 12 de setembro de 2009

Conduzidos por Cristo





2 CORÍNTIOS 2:14 – “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.

Em Cristo SEMPRE somos conduzidos em TRIUNFO, VITÓRIA.

Naturalmente não precisaríamos de maiores comentários. O texto bíblico é bastante claro e revela que todas as vezes que nos deixamos ser conduzidos (dirigidos, orientados, guiados) por Cristo, em qualquer área de nossa vida, ele SEMPRE nos leva em caminhos TRIUNFANTES, obtendo vitórias em nosso desafios. Contudo, de imediato surge a pergunta:Por que não vivemos essas vitórias em algumas áreas de nossa vida? Por que não somos triunfantes em algumas áreas de nossa vida? A resposta parece pular mais rápido do que a pergunta. Deve ser porque nessas áreas de nossas vidas não somos conduzidos por Cristo.
Ora, se a palavra de Deus diz que ele, Cristo, sempre nos conduz em triunfo e não estamos vivendo isso em nossa vida é porque não estamos sendo conduzidos por Ele. Cristo. Ou podemos questionar a condução de Cristo e desqualificá-lo como condutor?
Então vamos ao fato. Como se deixar ser conduzido por Cristo?
Quando compramos um carro novo dificilmente o entregamos a qualquer pessoa para que possa conduzi-lo, principalmente quando estamos dentro desse carro e mais dificilmente quando não podemos acompanhar com nossos olhos esse carro ser conduzido. Por que isso acontece?
Porque NÃO CONFIAMOS em qualquer pessoa para dirigir nosso carro novo. Muitas vezes nos dispomos a “servir” nossos filhos, esposa ou outras pessoas levando-as para cima e para baixo não necessariamente porque queremos fazer isso, mas para não deixar nosso carro novo longe de nossas mãos. NÃO CONFIAMOS QUE OUTRA PESSOA CONDUZA TÃO BEM O NOSSO CARRO COMO NÓS.
É duro o que constatamos, mas não temos conseguido vitórias em nossa vida porque não confiamos totalmente em Deus.
Muitas vezes passamos para ele a condução da nossa vida porque não temos mais opções e mesmo assim, continuamos supervisionando o que Deus esta fazendo. Não DESCANSAMOS de verdade. O máximo que fazemos muitas vezes é mudar de lugar de piloto para navegador, aquele cara que fica orientando o pilotos nas corridas de rally.
Da mesma forma quando emprestamos o nosso carro novo para alguém que insistiu muito e não nos deixou outra opção a não ser entregar as chaves, mas não conseguimos dormir e nem fazer outra coisa até vermos o nosso carro entrar na garagem. Entregamos mas não confiamos.
Por isso Jesus falou bastante sobre crer com o coração. Em Lucas 24:25 E ele lhes disse: “Ó néscios e tardios de coração para crer tudo o que os profetas disseram!”, ou “porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não DUVIDAR EM SEU CORAÇÃO, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito” (Marcos 11:23). Já Paulo afirmou aos Romanos “a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, EM TEU CORAÇÃO CRERES que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rom 10:9). Isso tudo nos mostra que existe uma fé no coração, não na mente, na razão.
Podemos ver com muita clareza a diferença entre entrega e confiança no Salmo 37:5 quando o salmista diz: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”. Duas situações distintas que não podem ser confundidas para que não sejamos enganados pela falta de continuidade acreditando que por entregar estamos confiando.

Muitas vezes ENTREGAMOS ao Senhor mas não CONFIAMOS que ele fará.

A razão por que não CONFIAMOS é porque não CONHECEMOS e não conhecemos porque não nos RELACIONAMOS com ele o suficiente para tal. Estamos perto mas não temos proximidade, intimidade. Sabemos que Deus existe, o que ele faz, mas infelizmente não temos tido intimidade suficiente para CONFIAR a ele o que julgamos ter maior importância em nossa vida.

Jesus falava de uma fé eficaz. Uma fé que era diferente do que ele via em outras pessoas, até mesmo das pessoas que o acompanhavam diariamente como seus discípulos.
Diante do centurião ele disse “nem em Jerusalém encontrei alguém com uma fé como a desse homem”.
Em JOÃO 4, Jesus fala da fé da mulher que apesar de sincera, era INEFICAZ, “se você conhecesse o DOM DE DEUS e quem lhe esta pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva” (João 4:10).

Nossa fé é mal fundamentada quando não é fundamentada no conhecimento do DOM de Deus, aquilo que ele já nos deu através da redenção.

Nossa FÉ É INEFICAZ QUANDO CREMOS que ainda falta algo a ser feito por Cristo, e por isso precisamos nos ocupar de nós mesmos. Aí não descansamos e manifestamos a nossa incredulidade em DEUS (em sua palavra).

Na segunda epístola de Pedro 1:3 encontramos: “ Seu divino poder NOS DEU tudo o que precisamos para a VIDA e para a PIEDADE , por meio do pleno conhecimento daquele nos chamou para a vida e para a sua própria glória e virtude.”

Em João 4, Jesus estava dizendo: “se você conhecesse O QUE DEUS JÁ LHE DEU (O DOM DE DEUS) e quem é aquele que está falando com você, pediria e eu lhe daria muito além daquilo que imagina e muito além daquilo que precisa”.

Não podemos nos contentar em conhecer o que Deus pode ou o que ele quer, temos que conhecer quem Deus é. Até satanás conhece o poder de Deus e o que ele pode fazer por um dos seus filhos, mas ele não conhece o amor de Deus, não compartilha sua intimidade, isso só nós, os filhos, temos direito. DEUS É AMOR, o seu caráter é de comunhão e relacionamento.

Só poderemos confiar totalmente em Deus quando nossas atitudes forem iguais a de um filho que se lança inteiramente na dependência do pai, sem pensar em possibilidades, sem pensar em outra alternativa de suprimento para sua vida que não venha do próprio pai.

Por isso Jesus disse: “quem não se fizer como crianças não entrará no reino de Deus”. Jesus não estava nos instruindo a viver com meninices, mas a buscar um relacionamento de filhos com o pai.
Isso não se consegue com imposição de mãos e nem por uma oração fervorosa. Mas através da renovação da nossa mente (Rom 12:1). Isso leva tempo, afinal de contas... relacionamentos sólidos são construídos com ofertas de vidas de ambos os lados.


Miguel Levy