Miguel Levy
“Pai de Amy Winehouse planeja criar fundação para ajudar viciados”
"Estava em Nova York com meu primo Michael quando soube da notícia (da morte de Amy) e na mesma hora eu disse que queria uma Fundação Amy Winehouse, algo para preservar as coisas que ela amava - crianças, cavalos... - mas também para ajudar aqueles que lutam contra a dependência química" – Plantão O Globo.
Foram essas as palavras de Mich Winehouse, pai da cantora e compositora Amy Winehouse durante o seu funeral, demonstrando sua intenção em prestar uma homenagem a filha encontrada morta finalizando uma vida entregue as drogas e ao álcool.
O que me chama a atenção é que Mich não é o primeiro a homenagear filhos depois de mortos, principalmente quando os mesmos são levados precocemente por uma vida de abandono e falta de atenção e presença familiar. Parece que é uma forma auto-redentora de buscar salvar o que foi perdido produzindo a imagem de um herói. Aqui no Brasil temos o triste exemplo do jovem Cazuza, transformado em herói, protagonizando filme, entitulando ONGs, e deixando cada vez mais público o péssimo exemplo de vida que um jovem cheio de talento pode viver.
Em todos os casos vemos a mesma história se repetindo. Jovens cheios de talento em uma estrutura familiar que não oferece o que todo filho precisa ter. Amor, atenção, acompanhamento e presença participativa e comprometida de pai e mãe. Isso independente da condição sócio-econômica da família em questão. O modelo de família estabelecido por Deus é válido e eficaz para qualquer família do mundo. O que a Palavra de Deus nos ensina é uma regra fundamental para garantir o sucesso de nossos filhos.
Amy Winehouse iniciou sua carreia aos 13 anos de idade e logo cedo começou a “ganhar” a vida em meio a bares e pubs, e tão logo começou a fazer sucesso e oferecer uma “melhor” condição de vida a família, o pai, até então motorista de taxi, também decolou para a carreira artística que provavelmente estava guardada em alguma gaveta do armário de frustrações pessoais que todos temos. Quando a oportunidade surge, o natural é dizer: chegou a minha vez.
Tanto talento pode ser o pior inimigo para quem não tem uma estrutura familiar forte o suficiente para servir de suporte que garanta a edificação de uma vida saudável. A ruína é a certeza mais provável.
Chega a ser demagógico se propor a financiar tratamento e cuidado para os filhos dos outros quando não temos priorizado os poucos a nós confiados. A Bíblia nos instrui a ensinar nossos filhos NO caminho que devem andar. É um trabalho comissionado aos pais. Amigos, tias, avós, ou muito menos empregados podem cumprir essa missão com a dedicação e presença suficientes para forjar um caráter em uma criança a não ser os pais.
A melhor homenagem que podemos prestar aos nossos filhos é adotá-los enquanto estão vivos. Adoção é a forma que temos para gerar filhos através do compromisso de nossa palavra. É a aliança que fazemos com nossos filhos dizendo a eles que além de tê-los concebido também desejamos nos responsabilizar, cuidar das suas vidas educando-os e apresentando o caminho que devem seguir. É a forma de oficializarmos aos nossos filhos que nós o queremos, por isso o adotamos. Essa é a homenagem que todo filho precisa.
Como pais, muitas vezes nos focamos unicamente na sobrevivência, no sustento de nossos filhos e esquecemos que além de supridores devemos ser os formadores, educadores e sacerdotes de nossos filhos. Ensiná-los princípios de obediência, respeito e conquistar credibilidade ao ponto de nos tornarmos seus conselheiros. Na música REHAB, a jovem Amy expressa de uma forma talentosa que não esta bem, precisa de ajuda, amigo e o seu pai diz que ela precisa passar 10 semanas em uma clínica de re-habilitação e ela responde enfática: Não! Não! Não! E mais uma vez constatamos que a bíblia esta certa. Mostrar o caminho sem estar nele, terceirizar cuidados para nossos filhos não funcionam. Precisamos adotá-los e dessa forma homenageá-los enquanto estão vivos. Abra os braços, ofereça amor, atenção, sua vida e com certeza eles vão dizer: Sim! Sim! Sim!