sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O PODER DE SER



O PODER DE SER

Paulo quando se refere aos valores do cristianismo, mensiona que devemos atentar mais para as coisas invisíveis, que são eternas, do que para as visíveis, que são passageiras. Que devemos olhar para o que nos espera, que não vemos, e não para o que passou, que já vimos. Ainda afirma que fé consiste em esperar o que não se vê, que é eterno, e não no que se vê. Pois a esperança que se vê não é esperança uma vez que já é realidade. São valores que devem cada vez mais ocupar lugar em nossa mente para que possamos experimentar a plenitude da perfeita vontade de Deus para as nossas vidas.

A Bíblia, por sua vez, é bastante clara quando mostra o que espera por aqueles que receberem o evangelho de Jesus. Em João 1:12, a Palavra diz que os que receberam a Jesus e creram no seu nome a esses foi dados o PODER DE SEREM feitos filhos de Deus. Aparentemente, passando rápido parece que não estamos diante de algo considerável. Parece que podemos encontrar esse tipo de coisa com facilidade no mundo. Mas não é bem assim. O que podemos encontrar com facilidades são as ofertas do inimigo tentando confundir o homem sempre usando coisas muito parecidas com as de Deus.

As ofertas do mundo são visíveis e por isso passageiras. Deus através de Jesus veio trazer uma oportunidade de transformação eterna e permanente ao homem.

Vemos a humanidade seduzida pelas ofertas do Diabo que ilude o homem com o PODER DE ESTAR e não de SER. Talvez para nós, em nosso idioma seja até mais fácil de entender isso.

No mundo existem poucos lugares para serem conquistados, preenchidos e com muito custo mantidos. O melhor do mundo no futebol, o campeão mundial de boxe, o dono da maior fortuna do mundo, a mais bela modelo, o pop star mais bem pago, o homem do ano, e tantos outros títulos que são cobiçados em suas categorias. Seja no esporte, no mundo empresarial, ou em qualquer outro segmento. O que vemos são vagas temporárias a serem preenchidas. O homem natural, aquele que discerne as coisas naturais, busca pelo PODER DE ESTAR, acreditando que estando ele é. A busca por essa posição gera uma expectativa em torno de estar no topo, acreditando-se que lá, no topo da montanha, na crista da onda, a satisfação plena será encontrada. Nessa busca muitas negociações são feitas e o caráter de muitos infelizmente é corrompido. A dureza da realidade só é percebida quando se chega ao topo, e são poucos os que conseguem, e chegando lá percebem que não encontram uma planície onde muitos poderão agora desfrutar de estar lá no topo para fazer valer todo o esforço e preço pago na subida. A realidade é percebida quando alguém grita: “a fila esta andando!” e agora o homem é pressionado para o outro lado da montanha, onde a decida rumo ao vale é o caminho mais óbvio. Nesse momento, agora com muito mais pressão, percebe-se que o esforço para subir foi muito pequeno comparado ao esforço para não descer, até porque anestesiado pela ilusão as dores da subida são mais toleráveis. Daí a frase popularmente conhecida “o difícil não é conquistar, é manter a conquista”.

A busca pelo estar consome a vida do homem natural que por não saber quem é acredita que estando em lugares de destaque, poderá mostrar a si mesmo e aos outros o que ele acredita ser.
Esse homem é cego, ou na melhor das hipóteses muito míope pois não discerne todas as coisas.

A Bíblia diz que o homem espiritual discerne todas as coisas e pode entender os planos de Deus e todos os seus mistérios, tendo a revelação plena de Deus invisível.

Todo aquele que recebe a Jesus também recebe o PODER DE SER filho de Deus. Quem é, é para sempre. Jesus não veio mudar a nossa situação de escravos do pecado, prisioneiros do diabo. Ele veio mudar a nossa condição de mortos para vivos, devedores para justificados, pecadores para redimidos e perdoados, de escravos do diabo para filhos de Deus.

Esse PODER DE SER nos assegura privilégios de filhos em qualquer lugar que possamos estar. As dádivas de Deus são irrevogáveis. O seu plano de salvação é eterno. Não tem prazo de validade nem dura uma temporada e nem precisa ser defendido a cada nova temporada.

O PODER DE SER é o que Jesus conquistou para todos nós na cruz. O poder de ser filho, assim como ele, com todas as possibilidades de manifestar a glória de Deus e revelar o seu amor como filhos amados. Ele nos deu poder para isso, o PODER DE SER.
Miguel Levy

domingo, 13 de janeiro de 2008

RECEBEDOR OU LIGADOR?

Há algum tempo, uma empresa de telefonia móvel promoveu uma campanha com o mote de transformar um RECEBEDOR em um LIGADOR. Considerei muito importante o enfoque de buscar mudar o perfil de seus clientes, onde muitos se mantinham na condição de recebedores de ligações, mesmo quando o assunto era de seu interesse.

É claro que podemos fazer um paralelo com a nossa vida cristã. Nunca poderia perder essa oportunidade diante de tantos exemplos que podemos ver a cada dia. CRISTÃOS RECEBEDORES, ou simplesmente RECEBEDORES, uma vez que o cristão não consegue existir restrito a essa prática, de apenas receber.
Na carta aos hebreus (11:6), o escritor afirma que DEUS É um Deus recompensador, galardoador, um Deus que tem a característica de dar, doar, ofertar. Esse é o Deus que tem se revelado a nós, e tem se revelado para que possamos ver nEle características que devem existir em nós, seus filhos, uma vez que fomos feitos de acordo com sua imagem e semelhança.

A religião de uma maneira geral apresentou uma forma estranha de humildade confundindo humildade com fragilidade, miséria ou fraqueza de uma forma mais abrangente e são esses "humildes" que encontrarão Deus com maior facilidade. Associando essa idéia a pouca vontade das pessoas em buscar o pleno conhecimento de Deus, uma vez que isso envolve tempo de leitura e meditação na palavra de Deus, amadurecimento e consequentemente acúmulo de responsabilidade, muitos, muitos mesmo, preferem se esconder por traz dessa falsa capa de humildade na busca de Deus.
É bastante cômoda a posição dos recebedores uma vez que concentramos nossos esforços apenas no sentido de apresentar nossas necessidades para que outros, os ligadores, se mobilizem em nossa direção para suprir nossas demandas. Em função disso, é criada uma cultura paralela a que deveria ser a única. Muitos já mudaram o vocabulário e o próprio comportamento. Quando um recebedor que falar com alguém ele não diz simplesmente: “eu te ligo”, ele diz: “eu te dou um toque”. É estranho, mas é assim que muitos cristãos vivem. Dando “toques”. Dão “toques” para os irmãos na congregação pedindo muitas vezes que “liguem” para Deus por eles ou passam mensagens a tantos quanto podem pedindo um retorno. Em muitos casos, vemos pessoas que continuam sendo apenas RECEBEDORES não por falta de condição, mas por puro comodismo ou até mesmo exploração mesmo. É comum encontrarmos pessoas que compram os aparelhos de celular mais caros do mercado e permanecem alegando falta de condição para se tornar também LIGADORES.
Parece que tudo isso é uma brincadeira, mas é a pura verdade. Deus nos fez LIGADORES. Deus nos fez ABENÇOADORES, Deus nos fez FRUTIFICADORES. QUANDO Jesus afirmou que havia nos chamado para que déssemos frutos (Jo 15:16), ele estava declarando de forma muito clara qual é o nosso papel, o propósito de nosso chamado. Somos RECEBEDORES sim, pois uma vez recebemos de Deus a graça salvadora (Tit 2:11) e por essa graça temos aprendido a viver como FRUTIFICADORES, ou LIGADORES para continuar com nossa analogia inicial.
Essa é a característica do cristão, estar disponível a ser oferta em primeiro lugar e para isso não precisamos de mais nada além do que já recebemos de Deus. Em Mateus 5:13 Jesus disse vocês SÃO o salda terra e a luz do mundo. Não precisamos fazer nada além daquilo para o que fomos criados. Se fugimos desse propósito de dar sabor, de ser luz, de dar frutos, para nada mais teremos serventia no reino de Deus e no mundo em que vivemos se não para sermos humilhados e pisados pelos homens (Mat 5:13).
O que Deus nos deu ele não irá tomar de volta. Temos o potencial em nossa vida, chamada não sem propósito de vida abundante, de sermos não apenas RECEBEDORES, mas LIGADORES. Sim ligadores, aqueles que não estão ocupados apenas em estarem ligados com Deus, mas principalmente por já estarem ligados, reconciliados com Deus podermos ser os LIGADORES que irão ligar os homens com Deus (2 Cor 519). É dessa forma que poderemos interagir com as pessoas que precisam ser alcançadas e assim poder expressar e revelar todo o amor e a graça de Deus aos homens.
Resta-nos apenas decidir o que desejamos ser RECEBEDORES ou LIGADORES?
Miguel Levy

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

SAL DA TERRA



É muito comum encontrarmos pessoas sedentas em realizar a obra de Deus buscando de alguma forma se encaixar em um ministério que lhe permita ser útil no reino de Deus. Essa busca muitas vezes se estende por anos e não é incomum encontrarmos pessoas até um pouco decepcionadas por ainda não terem encontrado sua utilidade na obra de Deus.
A grandiosidade de Deus e sua importância muitas vezes nos leva a pensar que por ser assim ele é um ser complicado e que as coisas relacionadas a Deus são difíceis. É um grande engano. Deus veio facilitar as coisas para nós, mesmo quando isso esta relacionado a nossa função na terra.
Quando Jesus falou aos seus discípulos em Mateus 5:13, ele foi mais uma vez muito direto e simples ao falar nobre sosso ministério na terra. Ele disse: “Vocês SÃO o SAL DA TERRA, mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens”.
A primeira coisa bastante clara nessa afirmação é que Jesus diz: “VOCÊS SÃO”. Não fica nada pendente para ainda ser resolvido. Não é necessário a confirmação de Deus, imposição de mãos, profecia ou qualquer outra forma de ratificar o que já estava determinado. Muitas vezes perdemos muito tempo buscando algum outro tipo de comissionamento além do que já recebemos diretamente de Deus através da sua palavra. Não cremos na palavra de Deus quando nos diz simplesmente ide..., seja..., ame..., perdoe... Somos tentados a dar crédito a coisas enigmáticas, misteriosas, místicas. Não encaramos o sobrenatural de Deus como algo claro e evidente. Deus é luz e nele não há qualquer tipo de trevas, sombras. E isso diz respeito aos seus planos e modo de se expressar. Deus primeiro nos fez ser para que pudéssemos fazer. Nesse caso, ele nos fez sal para que pudéssemos salgar e dar sabor a vida na terra.
Um tempero simples e invisível, talvez seja o que ninguém jamais pensou em ser quando se fala de servir a Deus. A busca por notoriedade pode nos desviar do propósito que Deus tem para nós. Não precisamos ser vistos no mundo, precisamos que sintam nossa falta no mundo. Davi ainda não era o rei, mas era a sua presença que trazia paz ao coração de Saul. Oramos pedindo a Deus que nos coloque em lugares importantes, de destaque e liderança em nosso trabalho, mas dificilmente nos preocupamos em saber se estamos sendo o tempero que nosso ambiente de trabalho precisa para se tornar um lugar harmonioso, cheio de paz e amor por nossa interferência ao ponto de sentirem nossa falta quando estamos ausentes. Por mais bonito e bem apresentável que esteja um banquete, ele só será realmente completo se tiver um bom tempero dando sabor a tudo.
Enquanto lutamos para ser representativos e notados na sociedade ocupando os lugares mais visíveis, podemos estar deixando de ser o que somos, perdendo nossa essência. Um uma mesa, por maior que sejam os pratos e bandejas de comida, todos irão procurar os pequenos recipientes onde estão os temperos que irão dar sabor aos pratos.
Deus nos chamou para darmos sabor ao mundo em que vivemos. Para tornar sustentável a sociedade que se apresenta em vitrines tentando seduzir com formas a insipidez da vida sem tempero do mundo.

Jesus veio sem beleza e sem formosura (Isa 53:2). Em uma vitrine ele jamais seria desejado ou atrairia alguém. Mas todos os que experimentaram a doçura de suas palavras, o sabor de sua companhia, descobriram o prazer de viver a vida de Deus e não o deixaram mais. Pedro ainda afirmou: “Para quem iremos? Tu tens a Palavra de vida eterna” (Joa 6:68).Assim como o sal não tem finalidade se perder o seu sabor, da mesma forma nós, cristãos, não temos utilidade se não cumprirmos o nosso papel no mundo. Não servimos para enfeite ou peça de decoração. Se não fazemos diferença onde vivemos e se o mundo não sente falta do sabor que deveríamos dar a vida, serviremos apenas para sermos humilhados e pisados (Mat 5:13). Devemos crer naquilo que a Bíblia diz a nosso respeito e cumprir o propósito para o que fomos criados. Que possamos ser sal com sabor.