segunda-feira, 27 de junho de 2011

Não Viver é Pior do que Morrer



Miguel Levy
A morte é sem dúvida, se não o principal, um dos principais fatores que causam medo no homem. Pela proposta natural da vida e pelo que se conhece em relação ao mundo onde nos encontramos é natural que qualquer coisa que esteja além de nossos limites se transforme em uma grande incógnita e a possibilidade de deixar de existir nesse mundo abala, amedronta, aterroriza o homem.

Não podemos esquecer alguns fatos importantes para entender porque isso acontece. O primeiro é que o mundo que vivemos esta sob a gestão do maligno e a Bíblia diz que as obras do diabo são matar, roubar e destruir (Jo 10:10) por isso ele usa esses argumentos que estão a sua disposição para conseguir seus objetivos com o homem. Todos aqueles que agem sob a influência do maligno se utilizam desse mesmo dispositivo buscando desestabilizar o homem através do medo, da insegurança, mostrando que em suas mãos está o controle sobre a vida usando a morte como ferramenta. Um assassino, aquele que usa a morte como ferramenta, ao ameaçar a vida de alguém na verdade esta se utilizando somente da morte como agente causador de medo para conseguir o que pretende que com certeza será roubo e destruição, pois esse é o ciclo do maligno e seus seguidores no mundo. Se prestarmos atenção é uma espécie de manipulação como em um show de mágica onde somos levados a acreditar não no que vemos mas no que nos é mostrado como verdade.

O homem considera a sua vida como preciosa, o diabo, grande ilusionista, nos faz acreditar que tem domínio e controle sobre a vida colocando luzes e chamando a nossa atenção para isso, faz uma demonstração com morte e o que ela pode produzir em suas mãos, gera instabilidade, insegurança e quando estabelece o clima de medo aí com habilidade ele esconde a vida e deixa em sua platéia uma única certeza. O medo da Morte.

O medo a morte é a ferramenta utilizada pelo diabo para garantir a manutenção de seu império no mundo. O medo de morrer leva as pessoas muitas vezes a ir de encontro aos princípios da vida buscando garantir a sua condição de vida. O medo da morte aterroriza o homem e o mantém prisioneiro da sensação de que a sua vida esta na dependência da morte, do diabo.

Outro fato importante, que não podemos esquecer nem ignorar é que no mesmo trecho da Bíblia onde encontramos as obras do maligno encontramos também o foco das obras de Deus no mundo através de seu filho, quando ele diz: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10) e essa afirmação não foi um deslize, um descuido de conversa ou produto de um momento de euforia em um sermão, pois mais adiante em uma conversa séria e confrontante com seus discípulos a respeito de sua natureza, seu papel e sua total correspondência em unidade com o Pai, Jesus afirma com uma convicção bastante sólida: “eu sou o caminho, a verdade e a VIDA;” (Jo 14:6). Ele não disse: eu tenho a vida ou eu manipulo a vida. Ele disse: eu sou a vida.

As obras de Jesus nunca se basearam em manipulações, mas sim em verdade. Jesus veio para desfazer as obras do diabo (1Jo 3:8) trazendo de volta a vida de forma abundante a todos os creram em sua palavra. As demonstrações de vida realizadas por Jesus em seu ministério não se tratavam de desviar a atenção da morte para que a vida ocupasse seu lugar como em uma apresentação de ilusionismo. Ele estabelece a vida de forma explícita ignorando o poder da morte. Fez isso muitas vezes até que ele mesmo confrontou a morte cara a acara e voltou triunfante com perguntas como: “onde está, ó morte, a tua vitória? Onde esta, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15:55).  

O grande show de revelação do poder da vida acontecerá no arrebatamento da igreja de Jesus, quando em um abrir e fechar de olhos, a Bíblia diz que os mortos ressuscitarão incorruptíveis (1Co 15:52). É como se todas aquelas vidas que foram “escondidas” durante o show de ilusionismo do diabo agora fossem resgatadas e apresentadas publicamente no palco.

Vemos que o poder da morte, por maior que possa parecer, é temporário. O grande pavor da humanidade, o medo da morte, pode ser grande, mas não é para sempre. Não é eterno. A morte, ao contrário do que a cultura popular ensina, não é o fim inevitável. Após a morte ser desmascarada e aprisionada junto com seu manipulador, teremos a eternidade para existir e contrariando o que aprendemos no mundo, não teremos fim e sim uma continuidade eterna de vida.

A palavra do apóstolo Paulo aos Romanos (12) é cada vez mais vital em nossa caminhada. Renovar a mente faz toda a diferença. O diabo vem tentando nos educar com uma cultura que não pertence ao Reino de Deus que nos levará a pensar e agir de forma contrária aos princípios de Deus.

Muitos são levados a pensar que depois de tantos erros e de terem levado uma vida totalmente voltada à prática do pecado, talvez seja melhor desistir de tudo. Morrer de vez. Trinta, quarenta, setenta anos de pecado é muito tempo para ser recuperado. Esse é o pensamento ensinado aos homens na cultura do mundo. Porém, a Bíblia afirma que quem pensa que a vida acaba na sepultura é o mais infeliz dos homens. Por maior que seja o período de nossa existência no mundo torna-se insignificante, desprezível, quando comparado a eternidade. A cultura do mundo, do reino das trevas diz: viva em pecado setenta, oitenta anos, desfrute a vida e depois morra de vez que tudo acaba. A cultura do Reino de Deus diz: morra para o mundo, obedeça a Deus, seja fiel por setenta, oitenta anos e depois desfrute a vida eternamente com Deus.

O grande castigo eterno para aqueles que rejeitam o evangelho de Jesus Cristo não é a morte, porque essa será presa (Ap 20:14) é a existência resumida ao fato de não morrer. Apenas existir sem a possibilidade de comunhão com o Deus criador. Essa dura realidade não é mostrada em filmes, não é revelada aos homens pela cultura desse mundo pois é sem qualquer dúvida a pior coisa que pode acontecer a uma criatura. A ilusão do diabo aos homens terá alguma eficácia enquanto ele pode distrair a atenção dos homens com dinheiro, poder, e qualquer coisa ao alcance dos olhos no mundo que ele ainda domina. Ensina que não há necessidade de Deus se temos condições de ter uma boa vida na terra. O discurso do diabo é para hoje e agora. A televisão, as revistas mostram pessoas sorridentes e felizes mesmo longe de Deus e sem buscá-lo como nos ensina a Bíblia. É a ilusão que um dia será revelada. A eternidade é o que espera a todas as criaturas pois Deus criou todas as coisas para durar uma eternidade. O dom gratuito de Deus é a vida e não a morte. Por isso a vida eterna é para todos. Todos irão existir eternamente, a grande questão é como será essa existência. Com quem iremos passar a eternidade. Com Deus ou sem qualquer possibilidade de comunhão com ele.

A vida plena e abundante prometida por Jesus consiste em existir compartilhando da comunhão com o Pai que nos criou. É essa comunhão, é a presença de Deus, é vida de Deus em nós que dá sentido a nossa existência hoje e eternamente. Não há sentido em existência quando existimos sem a vida que é Jesus. A grande agonia de Jesus na cruz não foi pela possibilidade de morrer e sim pelo tempo que passaria sem a comunhão com o Pai por causa dos nossos pecados. Ele não questionou a proximidade da morte, ele questionou a distância com o Pai. Sem Deus podemos existir, mas certamente não vivemos, e não viver é pior do que morrer.    

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