segunda-feira, 24 de novembro de 2008

VOCÊ É AQUILO QUE VOCÊ COME




Já vi muitos profissionais como médicos e nutricionistas afirmando que somos exatamente aquilo que comemos. Nossa vida apenas reflete aquilo com o que nos alimentamos desde nosso nascimento. Se somos mais ou menos resistentes a doenças, se nossa pele é mais ou menos hidratada, se nossos ossos são mais ou menos resistentes, enfim. Tudo vai depender do que nos alimentamos de fato. Isso me veio a mente quando meditava sobre o que Jesus falou, narrado por João no capítulo seis a partir do verso vinte e dois, quando ao ser pressionado pelos judeus sobre sinais que justificariam para eles que Jesus era realmente enviado por Deus, eles citaram o fado de Deus um dia ter enviado pão do céu no tempo de Moisés, o conhecido maná. Eu entendo que não faria sentido Jesus ter vindo ao mundo sem trazer novidades ou algo além do que já havia sido apresentado ao mundo até o momento. De fato isso aconteceu. Jesus tratou de se diferenciar em relação ao que aconteceu com Moisés. Todos os que comeram o maná, o pão descido do céu no tempo de Moisés, morreram. Como Jesus seria diferente? Qual seria a novidade de vida apresentada nesse evangelho? Jesus afirmou aquilo que seria a diferença entre a eternidade e a sepultura. Ele disse: EU SOU O PÃO DA VIDA. O mais importante é que quando ele se referiu a pão, não estava falando apenas de um tipo de alimento específico, mas sim de uma refeição completa e suficiente quando afirmou: “a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida”.


Isso me levou a meditar em muitas coisas que envolvem a nossa vida cristã, mas principalmente sobre qual tem sido a nossa dieta, o que tem alimentado nossa vida verdadeiramente. Será que realmente temos nos alimentado de Cristo, esse pão vivo que desceu do céu? Porque, se temos comido da sua carne e bebido do seu sangue esse alimento será metabolizado em nossa vida e passaremos a viver e expressar nossa vida de acordo com os nutrientes proporcionados por essa alimentação. Aquilo que comemos verdadeiramente entra em nós, pelo nosso sangue e nutre nosso corpo. É dessa forma que podemos entender o que Jesus quer dizer quando diz “se permanecerdes em mim, e eu (as minhas palavras) permanecerem em vós”; ou quando Paulo diz “Cristo em mim...”. Entendemos que isso só é possível se comermos esse pão vivo e bebermos do seu sangue. Isso dá sentido a cerimônia da ceia do Senhor, que mais do que uma litúrgica cerimônia periódica que acontece nas congregações dever ser realizada como memorial, para lembrarmos disto, que Cristo é um pão partido com o objetivo de ser consumido para trazer salvação e vida eterna a todos aqueles que dele comerem. Que ele não teve interesse em deixar a imagem de si mesmo como um pão inteiro, justamente para não alimentar a possibilidade de ser preservado em sua integridade.
Tudo começa a fazer sentido e muitas respostas podem ser respondidas a partir dessa consciência. Receber o pão, guardar o pão, ou até mesmo dar o pão não significa comer o pão, e isso faz toda a diferença. Só podemos dizer que vivemos para Cristo, pelos seus interesses, com o mesmo compromisso que ele tem com o Pai que o enviou, quando vedadeiramente comermos dele (verso 57). Nós nele e ele em nós empregnado em nossas entranhas, fluindo em nosso sangue, fazendo exalar seu perfume em nós, promovendo mudanças em nossa vida e formando uma nova estrutura em nosso ser, sem qualquer possibilidade de separação. A esperança da glória, a resposta certa em todos os pedidos, nele, por ele e para ele.
Devemos lembrar disso todas as vezes que nos reunimos para comer. Enquanto nos alimentamos de comida material, temos uma nutrição temporária e tornaremos a ter fome. Mas quem come de Cristo jamais terá fome e quem bebe dele jamais terá sede. Essa comida garante a vida eterna e isso basta para nós. Cristo é suficiente. O que mais podemos pedir? Cristo nos basta. Precisamos comer dele que é verdadeiramente comida e bebida. Você é aquilo que você come, então coma Cristo e seja Cristo.

Miguel Levy

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