segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VIVER EM UNIÃO




Quando nos reunimos em uma congregação para juntos cultuarmos a Deus, temos a oportunidade de experimentar o propósito de Deus para nós como corpo e participantes de uma família. É inegável o bem estar que sentimos quando estamos compartilhando o mesmo espaço, o mesmo pensamento, falando a mesma língua vivendo o mesmo amor. Quando estamos em unidade. Pensando nisso lembramos o que o salmista afirmou quando disse que é bom e agradável quando vivemos em união. Por isso falo que quando nos reunimos hoje, podemos apenas experimentar por um tempo a sensação boa e agradável dessa convivência em união.
A questão é que o plano de Deus para o homem não é para uma finalidade temporária, transitória ou passageira. Por isso estabeleceu um princípio espiritual para nortear nossa vida. O estar é apenas para que experimentemos mas o propósito é para que sejamos o que a sua palavra diz a nosso respeito. No salmo 133 o salmista diz que o bom e agradável é viver em união. É nesse sentido que saímos do ambiente experimental, que na maioria das vezes ficamos restritos na congregação, para a realidade de vida que Deus quer para nós.
Estar perto, ficar junto, se manter próximo não expressam nem de longe a realidade de viver em união. Trata-se de uma vida compartilhada em união. E essa união ira produzir o poder, a qualificação divina para tudo o que vamos fazer. É a unção que o salmista tentou exemplificar com a figura do sacerdote sendo coberto de óleo. É por esse motivo que não podemos simplesmente nos conformar em estar juntos mas buscar sempre viver em união. Um coral que apenas esta junto, pode até cantar mas não expressa vida nem poder em sua música. Sem vida o que conseguimos na prática do cristianismo é tão somente performance. Demonstração burocrática do evangelho. O que Deus chamou em Isaías 1 de “reunião solene”. Liturgia sem poder resultante do ajuntamento de pessoas descomprometidas com a vida em união.
Por isso o apóstolo Paulo não pediu, mas rogou aos irmãos da igreja de Éfeso que andassem na vocação para que foram chamados. Que vocação era essa? Ele explica dizendo que pudessem suportar uns aos outros procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Uma vez que só Há um só corpo e um só Espírito, e todos foram chamados em uma só esperança da vossa vocação; tendo um só SENHOR, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos (Efe 4).
Devemos estar atentos para não restringirmos a nossa vida cristã a um espaço puramente experimental quando estamos reunidos nos finais de semana em uma congregação, mas nos esforçarmos para viver essa realidade para estarmos cada vez mais inseridos no propósito do Pai.
É nesse contexto, de vida em união que Deus ordena a bênção e a vida para sempre. Nem só a bênção nem só a vida. Mas bênção e vida. Entender isso pode fazer toda a diferença quando decidimos em que vamos investir nossos esforços, onde gastar nossa energia onde verdadeiramente empreender a nossa vida. Onde focar na bênção ou na vida?
Muitos decidem viver para as bênçãos e transformam suas vidas em uma maratona incansável, em uma peregrinação contínua em busca da bênção que acreditam estar sempre a frente. Um lugar a ser alcançado. Uma meta a ser batida. Um troféu a ser conquistado. A obsessão por bênção pode até ser confundida com fé mas é apenas uma vontade muito grande e talvez até patológica de conseguir algo a to custo.
Contudo, a posição de Deus é bem clara na sua palavra. A bênção ele ordena junto com a vida. Sempre foi assim. Desde Adão quando ele o abençoou primeiro e depois disse frutificai. Viva o meu propósito. A respeito de Jesus, quando ele o ungiu, o qualificou para pregar liberdade, anunciar salvação. Viver o propósito do pai que o enviou.
O importante é entender ou pelo menos acreditar que Deus já nos deu o que precisamos para essa vida e nossa relação com a bênção deve ser a de usuários conscientes. Ter consciência do dom de Deus, do que ele já fez por nós é fundamental para vivermos a plenitude do que ele quer para nós. Se procedermos dessa maneira poderemos viver felizes com o que temos recebido de Deus. Sem qualquer tipo de frustração baseado em expectativas não alcançadas por não estarem em concordância com o que Deus tem para nós.
Viver a cada dia agradecendo pelo que temos e satisfeitos com isso nos deixa tempo para vivermos a vida. Essa vida abundante que através de Jesus já nos foi dada.
Essa é a grande beleza do cristianismo, quando une diferentes pessoas que naturalmente não teriam motivos para estarem juntas, mas encontram na comunhão e o partir do pão a grande realização de suas vidas. Descobrindo que são plenas não na sua individualidade mas na vida em comum, participando de um só corpo. O corpo de Cristo.


Miguel Levy

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